O perfil epidemiológico das infecções por sífilis na região norte e o desafio no combate à infecção

  • Autor
  • Nayara Martins Ramos
  • Co-autores
  • Clara Maria Vitória Araújo , Rhillary Cardoso Jansen
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: A sífilis é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais antigas e persistentes, causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela se manifesta em menos de dois anos após o contato inicial e ocorre em três estágios: primário, secundário e latente recente. É complexa devido sua evolução, com períodos de atividade evidente e períodos de latência clínica. Tal dinâmica, enfatiza a importância do acesso contínuo a testes diagnósticos para detecção precoce da infecção. OBJETIVOS: Este estudo, tem como objetivo traçar o panorama epidemiológico da sífilis na Região Norte, destacando as dificuldades encontradas no combate à infecção. CASUÍSTICA E MÉTODO: Trata-se de um estudo epidemiológico longitudinal descritivo e quantitativo, realizado a partir de dados disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram incluídos dados de novas notificações de sífilis entre os anos de 2010 e 2023, da Região Norte, tendo como variáveis idade, sexo, orientação sexual e escolaridade. RESULTADOS: Foram registrados 85.204 novos casos de Sífilis adquirida entre 2010 e 2023, a maior parte dos infectados possuia entre 20 a 39 anos de idade (n=49.285). Os casos de analfabetismo lideram entre todas as idades, somando 61.925. É importante mencionar que embora a maior incidência seja do sexo masculino (n=50.976), o sexo feminino também é muito afetado (n=34.192). Além disso, 49.162 indivíduos evoluíram com cura durante o período e a maioria dos diagnósticos foi feito com base laboratorial. DISCUSSÃO: Quanto à sua distribuição etária, a maioria dos casos está entre pessoas de 20 a 39 anos – um grupo ativo economicamente e socialmente, o que pode contribuir para a maior exposição ao risco de infecçoes devido a comportamentos sexuais de risco. Ademais, destaca-se que 72,7% dos casos estão entre indivíduos analfabetos, tal dado revela forte correlação entre baixos níveis de escolaridade e maior vulnerabilidade à infecção. O sexo mais acometido foi o masculino, no entanto, o feminino também teve uma significativa porcentagem que demonstra o risco da transmissão vertical e suas possíveis complicações para a saúde materno-infantil. A maioria dos diagnósticos foi feita com base laboratorial o que indica que há infraestrutura para detecção adequada da doença. Além disso, 49.162 indivíduos evoluíram com cura, demonstrando que, quando diagnosticada e tratada corretamente, a sífilis pode ser controlada. CONCLUSÃO: Em suma, os dados revelam a concentração de casos em homens adultos, jovens e analfabetos. Isso sublinha a intersecção entre saúde e educação. A prevalência em pessoas pardas e mulheres – pelos riscos que apresenta – ressalta a necessidade de medidas de saúde pública direcionadas. Apesar disso, há um número significativo de curas e os diagnósticos laboratoriais bem-sucedidos oferecem uma rota clara para o controle da doença através de investimentos contínuos em infraestrutura e programas de prevenção.

     

  • Palavras-chave
  • Epidemiologia; Sífilis; Norte
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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