Análise epidemiológica das notificações de Leishmaniose Visceral na região norte do Brasil entre 2017 e 2022

  • Autor
  • Cauê Santos Rabelo Mendes
  • Co-autores
  • Cecilia Harumi Martins Hatano , João Gabriel Uchôa Costa , Lucas Corrêa Modesto , Matheus Gonçalves Macedo , Felipe Véras Dias
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma protozoose causada por protozoários do gênero Leishmania, a qual é disseminada a partir da picada do mosquito vetor. Essa doença é atualmente considerada pela OMS como uma doença tropical negligenciada, devido à ausência de políticas públicas efetivas para o combate à contaminação e para a conscientização populacional. Nesse sentido, a região norte do Brasil se enquadra como uma região de disseminação favorável, tendo em vista a condição socioeconômica desfavorável em relação às outras regiões brasileiras e aos fatores ambientais que facilitam a perpetuação do vetor da doença. Portanto, o objetivo da pesquisa é avaliar a epidemiologia das notificações da LV no norte do Brasil. CASUÍSTICA E MÉTODOS: O presente estudo utiliza dados secundários existentes em banco de dados público. Além disso, o artigo se trata de um estudo quantitativo, analítico, e transversal, que utilizou os dados disponibilizados pela rede DATASUS/Tabnet na busca e coleta de dados. Ademais, foram incluídos todos os pacientes acometidos por Leishmaniose Visceral na região norte no período de 2017 a 2022 notificados pelo SINAN. E foram excluídos todos aqueles dados que não atendiam aos critérios de inclusão. Foram adotadas como variáveis a serem analisadas: sexo; faixa etária; municípios mais acometidos; estado com maior número de casos; tipo de diagnóstico; evolução. RESULTADOS: Ao todo, foram registrados 3.210 casos de LV na região Norte entre os anos de 2017 e 2022. A maioria foi do sexo masculino (2.009 x 1.201 casos). A faixa etária com maior incidência foi entre 1-4 anos (762 casos, 23,7%), seguida pelo grupo entre 20-39 anos (730, 22,7%). Os municípios com maiores números de casos foram Araguaína e Palmas (391 e 303, respectivamente), embora o Pará tenha tido o maior número de casos (1.996). A maioria dos diagnósticos foi dada laboratorialmente (2.755, 85,8%) e a maioria evoluiu com cura (2.360, 73,5%), com apenas 189 óbitos confirmados por LV. DISCUSSÃO: Diante da análise dos dados obtidos, os casos de LV ainda são quantitativamente expressivos no norte do Brasil, não necessariamente seguindo um padrão de maiores quantidades de casos em regiões predominantemente rurais ou longínquas, em contrapartida, tendendo a atingir áreas com maior contingente populacional. Fato este que pode estar correlacionado com o avanço desregulado das grandes e médias cidades da região norte, nas quais se observa um expressivo decréscimo das taxas de higiene ambiental e saneamento básico fornecidos para a população, Dessa maneira, expondo a grandes contingentes populacionais de maneira mais significativa aos fatores de risco para o desenvolvimento da LV. CONCLUSÃO: Por fim, conclui-se que a o perfil epidemiológico da LV é de crianças (1-4 anos) do sexo masculino. Em relação ao município, a LV acomete mais a população em grandes cidades, em função das baixas condições de higiene e saneamento básico dispostas pelo poder público.

  • Palavras-chave
  • Epidemiologia, Leishmaniose Visceral, Região Norte
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
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