INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma protozoose causada por protozoários do gênero Leishmania, a qual é disseminada a partir da picada do mosquito vetor. Essa doença é atualmente considerada pela OMS como uma doença tropical negligenciada, devido à ausência de políticas públicas efetivas para o combate à contaminação e para a conscientização populacional. Nesse sentido, a região norte do Brasil se enquadra como uma região de disseminação favorável, tendo em vista a condição socioeconômica desfavorável em relação às outras regiões brasileiras e aos fatores ambientais que facilitam a perpetuação do vetor da doença. Portanto, o objetivo da pesquisa é avaliar a epidemiologia das notificações da LV no norte do Brasil. CASUÍSTICA E MÉTODOS: O presente estudo utiliza dados secundários existentes em banco de dados público. Além disso, o artigo se trata de um estudo quantitativo, analítico, e transversal, que utilizou os dados disponibilizados pela rede DATASUS/Tabnet na busca e coleta de dados. Ademais, foram incluídos todos os pacientes acometidos por Leishmaniose Visceral na região norte no período de 2017 a 2022 notificados pelo SINAN. E foram excluídos todos aqueles dados que não atendiam aos critérios de inclusão. Foram adotadas como variáveis a serem analisadas: sexo; faixa etária; municípios mais acometidos; estado com maior número de casos; tipo de diagnóstico; evolução. RESULTADOS: Ao todo, foram registrados 3.210 casos de LV na região Norte entre os anos de 2017 e 2022. A maioria foi do sexo masculino (2.009 x 1.201 casos). A faixa etária com maior incidência foi entre 1-4 anos (762 casos, 23,7%), seguida pelo grupo entre 20-39 anos (730, 22,7%). Os municípios com maiores números de casos foram Araguaína e Palmas (391 e 303, respectivamente), embora o Pará tenha tido o maior número de casos (1.996). A maioria dos diagnósticos foi dada laboratorialmente (2.755, 85,8%) e a maioria evoluiu com cura (2.360, 73,5%), com apenas 189 óbitos confirmados por LV. DISCUSSÃO: Diante da análise dos dados obtidos, os casos de LV ainda são quantitativamente expressivos no norte do Brasil, não necessariamente seguindo um padrão de maiores quantidades de casos em regiões predominantemente rurais ou longínquas, em contrapartida, tendendo a atingir áreas com maior contingente populacional. Fato este que pode estar correlacionado com o avanço desregulado das grandes e médias cidades da região norte, nas quais se observa um expressivo decréscimo das taxas de higiene ambiental e saneamento básico fornecidos para a população, Dessa maneira, expondo a grandes contingentes populacionais de maneira mais significativa aos fatores de risco para o desenvolvimento da LV. CONCLUSÃO: Por fim, conclui-se que a o perfil epidemiológico da LV é de crianças (1-4 anos) do sexo masculino. Em relação ao município, a LV acomete mais a população em grandes cidades, em função das baixas condições de higiene e saneamento básico dispostas pelo poder público.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza