ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NO PARÁ: UMA DOENÇA ENDÊMICA NA REGIÃO AMAZÔNICA

  • Autor
  • Ryane Oliveira Neves
  • Co-autores
  • Mayara Annanda Oliveira Neves Kimura
  • Resumo
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    Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, negligenciada, de notificação compulsória, considerada um grande problema de saúde pública, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, um bacilo álcool-ácido, intracelular, de crescimento lento, obrigatório, com tropismo por macrófagos cutâneos e células de Schwann do sistema nervoso periférico, responsável pelo acometimento dermatoneurológico. Objetivo: Analisar dados epidemiológicos da hanseníase no Estado do Pará, nos últimos dois anos. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva e quantitativa, na qual foram utilizados dados secundários de notificação dos casos de hanseníase obtidos por meio de informações presentes no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, registrados no período de 2022 a 2023. Foram abordadas as variáveis existentes na ficha de notificação compulsória para hanseníase. A definição amostral foi considerada a totalidade dos registros de casos de hanseníase no Estado. Resultados: Foram notificados 2.709 casos da doença no referido período, sendo o maior número (2.036 dos casos) registrados em 2022. 2.239 (83%) apresentaram a forma multibacilar, atingindo com maior frequência as pessoas do sexo masculino – 1.826 (67%), como também a faixa etária mais acometida foi acima de 15 anos (94%), foi mais frequente nas pessoas pardas (72%), escolaridade inferior ao ensino médio (62%). Desses casos, 72% notificados como casos novos, e quanto ao tipo de saída, 15% cura, 2,6% abandono e 1% óbito. Discussão: Essa elevada prevalência da doença no Estado indica não apenas a necessidade de medidas de controle eficazes, mas também levanta questões cruciais sobre o acesso aos serviços de saúde. A persistência de uma taxa de detecção tão alta, especialmente entre a população de baixa escolaridade e na faixa etária produtiva sugere a existência de barreiras significativas no diagnóstico e tratamento da doença, e essas barreiras precisam ser identificadas e abordadas para reduzir o impacto da hanseníase na região. A educação em saúde torna-se essencial, sendo importante investir em capacitações, desde as medidas preventivas, ações epidemiológicas, até as condutas de tratamento adequadas. Conclusão: Mais pesquisas regionais devem ser realizadas para a compreensão dos fatores que contribuem para a manutenção da endemia. Os resultados apresentados oferecem um ponto de partida sólido para as intervenções, visando o diagnóstico e tratamento precoce da doença bem como o aprimoramento do acesso aos serviços de saúde para todos os segmentos da população.

     

  • Palavras-chave
  • Hanseníase, Notificação de Doenças, Epidemiologia, Saúde pública
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.

Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

A Comissão Científica

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  • Evolução dos Fármacos
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Dr. José Roberto

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Comissão Científica

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Lauro José Barata de Lima

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Marianne Rodrigues Fernandes

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Dirceu Cavalcanti Rigoni

Eric Homero Albuquerque Paschoal

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Lauro José Barata de Lima

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Maria de Fátima Guimarães Couceiro

Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza