Hiperparatireoidismo Secundário a Doença Renal crônica: Uma proposta de acolhimento

Hiperparatireoidismo Secundário a Doença Renal crônica: Uma proposta de acolhimento

• Autor
• José Gabriel Miranda Da Paixão
• Co-autores
• Lucas Lobato Acatauassu Nunes
• Resumo

• Introdução e objetivo :O estado do Pará tem mais de 8 milhões de habitantes e a doença renal crônica (DRC) é um dos principais problemas de saúde pública que acomete essa população. Com o declínio da função renal, ocorrem alterações progressivas no metabolismo mineral, distúrbio mineral e ósseo da DRC (DMO-DRC), acometendo os níveis séricos de cálcio, fósforo e do hormônio da paratireoide (PTH), causando o Hiperparatireoidismo secundário. A cirurgia de paratireoidectomia é um dos principais tratamentos para esta condição clínica, contudo, de acordo com os dados do Censo Brasileiro de Paratireoidectomia e Sistema de informações de Autorizações de internações Hospitalares, nenhum serviço hospitalar realizava tal procedimento ode rotina e menos de 15 internações foram contabilizadas por esse motivo. Sendo assim o presente estudo visa propor uma alternativa de acolhimento à esses pacientes no estado, com o objetivo de realizar tratamento cirúrgico, acompanhamento clínico especializado e seguimento ambulatorial conforme a sua complexidade. Casuística e Método: Pacientes com DRC que realizam seguimento clínico no ambulatório de nefrologia de um hospital em Belém, com Hiperparatireoidismo secundário grave diagnosticado clínica e laboratorialmente, constituíram a casuística desse estudo. Os pacientes foram encaminhados a equipe de cirurgia de cabeça e pescoço que procedeu a Paratireoidectomia. Foi realizada ressecção de 7/8 do tecido paratireoideano com dosagem de PTH intra-operatório e confirmação através de patologia por congelação. A internação e seguimento clínico com manejo de reposição e monitoramento dos níveis sérico de cálcio foram feitos em conjunto com a Clínica médica e Nefrologia, durante internação hospitalar. Após alta, o seguimento ambulatorial é feito pela Nefrologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço em conjunto. Para definição de fluxo, ajuste e discussão de condutas adotadas pela equipe, 6 pacientes foram submetidos à cirurgia no período de Outubro de 2023 à Março de 2024. Resultados: Foram submetidos ao fluxo de acolhimento e tratamento 6 pacientes, sendo 4 homens e duas mulheres, todos residentes na região metropolitana de Belém. A média de tempo de diálise foi de 8,2 anos e o tempo médio que os mesmos aguardaram para cirurgia foi 4 meses após o encaminhamento para a especialidade Cirurgia de cabeça e pescoço. Em 4 das seis cirurgias foi possível realizara a cirurgia planejada, enquanto, em 2 casos, de quatro paratireoides, três foram removidas. Houve um controle do hiperparatireoidismo em 5 de 6 pacientes. Discussão e Conclusão: O fluxo estabelecido atenderá uma demanda hoje suprimida, uma vez que não há no Estado um Serviço destinado à estes pacientes, além disso não será restrito aos pacientes de Belém e sim destinado à população de portadores de DRC do estado do Pará, contribuindo para redução da morbimortalidade e de hospitalizações prolongadas de maneira significativa.

• Palavras-chave
• Doença Renal Crônica; Hiperparatireoidismo;
• Área Temática
• Políticas Públicas em Saúde