INTRODUÇÃO: A dengue é um problema de saúde publica, devido ao grande número de casos da doença no estado do Pará e no mundo, fazendo dela a principal arbovirose que acomete o ser humano. Apresenta um padrão sazonal, coincidente com períodos chuvosos e quentes, tendo um aumento do número de casos e um risco maior para epidemias. A dengue é uma doença causada por um arbovírus do gênero Flavivirus, que pertence à família Flaviviridae, apresentando 4 sorotipos. Sua transmissão ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, sendo necessária a presença de água parada para sua reprodução. A OMS define dengue como uma enfermidade febril de início agudo com duração de 2-7 dias, com dois ou mais dos seguintes sintomas: cefaléia, dor retroorbital, mialgia/ artralgia, exantema e petéquias. Pode evoluir para quadros mais graves, tais como choque, hemorragias graves e/ou sobrecarga hídrica, disfunções graves de órgãos (hepatites, encefalites ou miocardites) e, até mesmo, ao óbito. OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de dengue no Pará no período de 2014 a 2024. MÉTODOS: Estudo de caráter epidemiológico, analítico e descritivo, a partir do levantamento de dados coletados do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), usando as informações sobre epidemiologia e morbidade a respeito da dengue no Pará. As variáveis analisadas foram sexo, idade, raça, evolução, sorotipo e hospitalização. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram notificados 78.316 casos de dengue no Pará no período de 2014 a 2024. Destes, 35.617 (45,4%) eram homens e 42.659 (54,4%) eram mulheres. Além disso, a faixa etária mais acometida foi de 20 a 39 anos, somando 30.801 (39,3%) casos, seguida por indivíduos de 40 a 59 anos, 17.005 (21,7%) casos. Na avaliação da raça, a mais prevalente foi os pardos, com 57.264 (73,1%) casos, seguido dos brancos 9.173 (11,7%) e pretos 3.662 (4,6%). Quanto à evolução da doença, 31.701 (40,4%) foram ignorados, 46.547 (59,4%) se curaram e foram relatados 68 óbitos. O sorotipo: a maioria dos casos foi ignorado (75.082 casos) e o sorotipo mais prevalente foi o DEN-1 (2.227 casos). Ademais, 5.212 foram hospitalizados, 40.000 não foram hospitalizados e 33.103 foram ignorados. CONCLUSÃO: Diante disso, nota-se a alta prevalência da dengue no Pará. O perfil geral das vítimas são mulheres pardas, entre 20 a 39 anos. Assim, é importante a prevenção dessa doença, sendo necessária medidas como: evitar acúmulo de água em recipientes, como vasos de plantas, garrafas e pneus, e manter as caixas d’água fechadas. O Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) preconiza que as ações de inspeção domiciliar, eliminação e tratamento de criadouros sejam associadas à atividades de educação em saúde e mobilização social, sendo essencial o fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomológica. Logo, é fundamental a realização de um trabalho entre a equipe de saúde, órgãos públicos, privados e a comunidade para o combate da dengue no Pará.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza