Febre de Oropouche: análise epidemiológica no período de 2023 a 2024

  • Autor
  • Ana Clara Moura de Oliveira
  • Co-autores
  • Victória Vinagre Pires Franco , Rhomero Assef Souza
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO

    A febre de Oropouche é uma zoonose causada pelo vírus Oropouche (OROV), um vírus de RNA segmentado de cadeia simples que faz parte da família Peribunyaviridae. É transmitida aos seres humanos principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis, sendo que seu ciclo pode ser urbano ou silvestre. A doença produz um quadro agudo, assim como as outras arboviroses, com febre, artralgia, mialgia, dor retro-orbitária, náuseas e vômitos, tendo um curso normalmente benigno e autolimitado, com complicação rara de meningite asséptica. Seu período de incubação é de 4 a 8 dias (variação de 3 a 12 dias). O diagnóstico pode ser realizado por meio da técnica de RT-PCR durante a fase aguda da doença (2-7 dias do início dos sintomas) e por meio de testes sorológicos a partir do 5º dia de sintomas. O tratamento é voltado para o manejo dos sintomas. Apesar de sua descoberta ter sido na década de 60, poucos estudos foram desenvolvidos ao longo dos anos, sendo uma doença negligenciada. Atualmente, com o aumento do número de casos, a iminência de uma epidemia de OROV no Brasil e seu impacto na saúde pública, é imprescindível que haja maiores discussões sobre essa patologia. 

    OBJETIVO

    O presente estudo tem como objetivo analisar a prevalência da febre de Oropouche em 2023 até a 14ª semana epidemiológica de 2024, de acordo com o informe do Centro de Operação de Emergências (COE). 

    METODOLOGIA

    Estudo de caráter epidemiológico, analítico e descritivo, a partir dos dados disponibilizados na edição número 09 do informe emitido pelo COE.

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    A maior prevalência de casos, detectados por meio de RT-PCR, foi na região Norte, com um valor de 4.093, o que corresponde à 97,7% do total de casos no país, no período estudado. Este dado pode ser explicado, em parte, pelas condições climáticas, quente e úmido, da região. Ademais, a maior parte, 72.9%, dos casos da região Norte ocorreu no estado do Amazonas. Pode-se perceber também a detecção de casos em 2024 em estados em que em 2023 não existiam exames detectáveis, como Goiás, com 4 casos neste ano até o momento, Bahia com 31 casos, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco e Piauí com 1 caso, Mato Grosso 11 casos, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão e Santa Catarina 3 casos. Por fim, cabe ressaltar um aumento absoluto de 2.522 exames detectáveis em 2024 (até a 14ª semana epidemiológica), em relação ao ano de 2023.

    CONCLUSÃO

    Diante disso, é importante destacar a expansão silenciosa da doença no país e a necessidade do desenvolvimento de mais estudos que permitam avanços na sua compreensão. Além disso, é preciso fortalecer medidas de prevenção, como o controle de vetores (incentivar as boas práticas agrícolas para evitar o acúmulo de resíduos, preencher poças ou locais de alagamento temporário que possam servir como locais de oviposição para mosquitos, entre outros) e evitar a picada de mosquitos (uso de repelentes, uso de roupas que cubram as pernas e braços etc).

  • Palavras-chave
  • Arboviroses, Oropouche, Epidemiologia
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.

Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

A Comissão Científica

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Comissão Científica

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Diana Albuquerque Sato

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Eric Homero Albuquerque Paschoal

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Juliana de Araújo Borges Ferreira

Lauro José Barata de Lima

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Maria de Fátima Guimarães Couceiro

Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza