ANÁLISE COMPARATIVA DOS SURTOS DE DENGUE DURANTE ESTAÇÕES CHUVOSAS NO PARÁ: 2023 VERSUS 2024

  • Autor
  • Isabela Cristina Silva da Silva
  • Co-autores
  • Luídi Lobato Gonçalves , Guilherme Berger da Silva , Leonardo Aguiar dos Santos
  • Resumo
  • Introdução: A dengue é hiperendêmica no Pará devido às condições que favorecem a reprodução dos mosquitos transmissores, como clima quente, elevada pluviosidade e alta densidade populacional. A estação chuvosa, de outubro a maio, favorece o aumento dos casos. No contexto estadual, comparar esses surtos pode ajudar a melhorar as estratégias de controle da doença, evitando reinfecções e a forma grave da doença, a dengue hemorrágica. Objetivo: Comparar as características epidemiológicas dos surtos de dengue experimentados entre outubro de 2022 a maio de 2023 e entre outubro de 2023 a maio de 2024. Método: Estudo retrospectivo, transversal, de caráter quantitativo, realizado a partir da análise de dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis analisadas foram: número de notificações, município, faixa etária e evolução. Resultados: Entre outubro de 2022 e maio de 2023, foram notificados 4.579 casos de dengue no Pará, enquanto nos meses correspondentes entre 2023 e 2024 registraram-se 17.524 casos. Em relação aos municípios com maior ocorrência, no período de 2022-2023 as cidades mais atingidas foram Cametá (N=290/6,33%) e Anapu (N=283/6,18%), enquanto no recorte 2023-2024, a cidade de Bragança liderou o número de casos (N=2.006/11,44%), também acompanhada de Anapu (N=906/5,17%). Quanto à faixa etária, pessoas com 20 a 39 anos foram as mais afetadas no recorte de 2022-2023 (N=1.730/37,78%), o que também foi observado no recorte de 2023-2024 (N=6.644/37,91%). Quanto à perspectiva de cura, a quantidade de óbitos pelo agravo notificado não se alterou (N=1/0,000005%). Discussão: Nota-se um aumento de 382% no número de notificações nos períodos analisados, tendo isso provável relação com a introdução de novos sorotipos do vírus no país e com o impacto das mudanças climáticas, aspectos que colaboram para a reprodução do vírus e do vetor. A transferência do foco de casos de um município para outro parece estar mais relacionada ao controle ineficiente da proliferação do vetor, já que ambas as cidades compartilham características como urbanização e elevado contingente populacional, ao passo que Anapu é pouco urbanizada e tem baixo nível de saneamento. O predomínio da população de adultos jovens nas infecções por dengue pode estar relacionado aos hábitos urbanos de parte considerável dessa faixa etária, tornando-lhes mais expostos a ambientes em que a reprodução do mosquito é maior. A baixa quantidade de óbitos se manteve provavelmente pela capacidade do organismo humano de lidar com a infecção.  Conclusão: O controle da dengue exige que os municípios paraenses estejam preparados para lidar com a sazonalidade da doença, investindo em campanhas de prevenção voltadas, sobretudo, para adultos jovens. Ademais, essas medidas protegem da reinfecção, diminuindo, assim, a frequência de casos da forma hemorrágica dessa condição.

  • Palavras-chave
  • Arboviroses; Epidemiologia; Mudanças climáticas.
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
Voltar

É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.

Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

A Comissão Científica

  • Telemedicina
  • Direito Médico
  • Medicina do Esporte
  • Políticas Públicas em Saúde
  • Gestão e Sustentabilidade em Saúde
  • Epidemias Globais
  • Inovações Tecnológicas em Saúde
  • Evolução dos Fármacos
  • Educação Financeira
  • Cooperativismo

Comissão Organizadora

Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente

Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra

 

Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva

Dr. Francisco Eratóstenes da Silva

Dr. Heryvelton Lima de Freittas

Dra. Brenda Faccio dos Santos

Dr. Otávio Guilhon

Dra. Ana Claudia Santana

Dr. Juciland de Sena Gama

Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo

Dr. José Roberto

Dra. Valéria Barbosa Pontes

 

Comissão Científica

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Lauro José Barata de Lima

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Marianne Rodrigues Fernandes

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza

Eric Homero Albuquerque Paschoal

 

Comissão Avaliadora

David José Oliveira Tozetto 

Diana Albuquerque Sato

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Eric Homero Albuquerque Paschoal

Janari da Silva Pedroso

Juliana de Araújo Borges Ferreira

Lauro José Barata de Lima

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Maria de Fátima Guimarães Couceiro

Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza