CO-INFECÇÃO EMERGENCIAL NA AMAZÔNIA: ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM PESSOAS QUE VIVEM COM HIV

CO-INFECÇÃO EMERGENCIAL NA AMAZÔNIA: ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM PESSOAS QUE VIVEM COM HIV

• Autor
• Rafael Hipolito Pires Batista
• Co-autores
• Ícaro Natan Da Silva Moraes , Kelrilem Rainara Manos Cruz , Joana D'arc Cavalcante Pires Leite , Leonardo Wanzeller Magalhães , Francisco Cleiton de Queiroz Batista , Luiza Adriane Palheta Godinho , Márcia Mayanne Almeida Bezerra , Carmem Glória Palheta Godinho , Rossela Damasceno Caldeira
• Resumo

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  INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma afecção causada por protozoários do gênero Leishmania, cuja transmissão ocorre pela picada de insetos hematófagos denominados flebotomíneos. Apresenta ampla distribuição mundial e é classificada primariamente como zoonose, podendo acometer o homem, que ao entrar em contato com o ciclo de transmissão do parasito, essa patologia passa a ser caracterizada como uma antropozoonose. O aumento da incidência da LV em áreas endêmicas está relacionado com as modificações no meio ambiente, com o processo desordenado de urbanização, pobreza, desnutrição e essencialmente, a fatores de risco individuais. Dentre esses fatores, destaca-se em particular a infecção pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). O estudo teve como objetivo analisar os dados da co-infecção da leishmaniose visceral e o HIV no período de 2019 a 2022, no estado do Pará. CASUÍSTICA E MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional, transversal e com abordagem analítica quantitativa, desenvolvido por meio de pesquisa e interpretação dos casos confirmados de leishmaniose visceral em pessoas vivendo com HIV no estado do Pará no período de 2019 a 2022. Foram utilizados os bancos de dados do Sistema Único de Saúde: Sistema de Informação de Agravos de Notificação, através da plataforma Informações de Saúde. RESULTADOS: De acordo com os dados obtidos, durante o período analisado, foram confirmados 876 casos de LV no estado Pará, onde 7,9% (70) apresentaram co-infecção com HIV. Os municípios que apresentaram maior número de casos foram Parauapebas 18,6% (13), Marabá 11,4% (8) e Canaã dos Carajás 10,0% (7). Referente a prevalência dos dados demográficos apresentados, observou-se 85,7% (60) pardos, 65,7% (46) sexo masculino e 21,4% (15) com escolaridade do 1º ao 5º incompleto do ensino fundamental. A faixa etária mais atingida foi a de adultos entre 40 e 59 anos com 34 (48,6%) dos casos. Quando verificado o tipo de entrada dos casos, apresentou-se 65 (92,8%) caso novo e cinco (7,2%) recidiva. Se tratando da evolução, confirmou-se quatro (5,7%) Óbitos por LV e oito (11,4%) Óbitos por outra causa. DISCUSSÃO: A co-infecção da leishmaniose e do vírus do HIV é um importante problema de saúde pública global. Leishmania e HIV possibilitam a ativação um do outro, ocasionando a deficiência imune do hospedeiro. A Leishmania acelera a replicação do HIV e a progressão da infecção viral para a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Essa relação resulta em falha no tratamento, alta recidiva e alta taxa de mortalidade. CONCLUSÃO:   O número de casos da co-infecção LV-HIV no Pará evidencia um desafio para o sistema de saúde, principalmente no que se refere ao impacto na evolução desses pacientes. Dessa forma, deve-se priorizar a redução do número de pacientes co-infectados, através da identificação das características epidemiológicas, elaborando com isso estratégias de manejo e controle baseado nesses dados.

   

• Palavras-chave
• Leishmania, HIV, Deficiência imune.
• Área Temática
• Epidemias Globais