Impactos do Programa Previne Brasil na Saúde Mental dos Agentes Comunitários: Uma Revisão de Literatura

Impactos do Programa Previne Brasil na Saúde Mental dos Agentes Comunitários: Uma Revisão de Literatura

• Autor
• Ícaro Natan da Silva Moraes
• Co-autores
• Márcia Mayanne Almeida Bezerra , Rafael Hipolito Pires Batista , Kelrilem Rainara Manos Cruz , Karina Keila Monteiro Almeida , Dilson Raimundo Gomes Pinheiro Neto , Paulo Afonso Oliveira Gomes , Gabriela de Lima Melo , Gustavo Costa Carneiro , Antonia Aida Oliveira de Mendonça
• Resumo

• Introdução e Objetivo: Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desempenham um papel crucial na implementação de políticas de saúde no Brasil, integrando conhecimentos sobre o processo saúde-doença e atuando como elo entre os serviços de saúde e a comunidade. No entanto, a reconfiguração na gestão da saúde, promovida pelo Programa Previne Brasil, apresenta desafios significativos para esses profissionais, especialmente em relação à sua saúde mental. Este estudo objetiva analisar os impactos do Programa Previne Brasil na saúde mental dos ACS, investigando os desafios enfrentados, as mudanças nas condições de trabalho e os reflexos dessas mudanças na eficácia da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde (SUS). Casuística e Método: Trata-se de um estudo analítico-descritivo, utilizando a revisão Integrativa de Literatura. A revisão foi realizada nas bases de dados LILACS, MEDLINE, CAPES e SCIELO, na faixa temporal de 2017 a 2023, no idioma português. Os descritores utilizados foram: Agente Comunitário de Saúde; Saúde Mental; Depressão; Ansiedade e Burnout. Foram incluídos artigos publicados em português. Após a revisão dos títulos e resumos, foram selecionados 10 artigos para análise final. Resultados:  Os ACS enfrentam dificuldades como sobrecarga de trabalho, conflitos interpessoais e estresse, afetando sua saúde social, psíquica e emocional. Desafios como violência no território, pobreza das famílias atendidas e precariedade das condições de trabalho, agravados pela pandemia de COVID-19, foram observados. Houve fragilização do vínculo entre ACS e comunidade, com percepção de baixa qualidade no acompanhamento dos usuários. Aumento da carga de trabalho devido ao cadastro de um maior número de pessoas por equipe impactou negativamente o vínculo com o território. Além disso, condições precárias de trabalho e baixos salários afetam a motivação e comprometimento dos ACS. Discussão: A sobrecarga de trabalho e a desvalorização dos ACS são evidentes, com ampliação de responsabilidades e impactos negativos na saúde física e mental. A relação entre o ambiente laboral e a saúde mental mostra que um ambiente negativo pode resultar em estresse, desmotivação e impactos na saúde mental. A proximidade dos ACS com a comunidade e a constante demanda para lidar com situações adversas resultam em dispêndio emocional, agravado pela falta de reconhecimento. O Previne Brasil trouxe mudanças significativas, aumentando a carga de trabalho e complexidade das relações interpessoais, contribuindo para a vulnerabilidade dos ACS e comprometendo a eficácia da atenção básica. Conclusão: O estudo evidencia os desafios enfrentados pelos ACS devido ao Previne Brasil, refletindo-se em sobrecarga laboral, fragilização de vínculos territoriais e impactos na saúde mental. É crucial que políticas voltadas para a Atenção Básica considerem não apenas a eficiência operacional, mas também o cuidado com aqueles que desempenham papel fundamental na promoção da saúde das comunidades. 

• Palavras-chave
• Agentes Comunitários de Saúde, Saúde Mental, Atenção Primária à Saúde, Políticas Públicas.
• Área Temática
• Políticas Públicas em Saúde