INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Com a maior biodiversidade do planeta, a floresta amazônica, localizada em sua grande parte na região norte do Brasil, é o local onde está situada cerca de 75 espécies peçonhentas, sendo divididas principalmente, as jararacas, cascavéis, surucucu e as corais-verdadeiras. Diante a esse fator, é muito comum a grande incidência de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nesta região. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo comparar e analisar os dados de acidentes por animais peçonhentos ocorridos no Pará e na Região Norte do Brasil. CASUÍSTICA E MÉTODO: O estudo é de natureza quantitativa e comparativa, focado na análise de dados obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre as notificações de acidentes por animais peçonhentos no período de 2012 a 2022 registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). RESULTADOS: Na região Norte, o total de notificações durante este período foi de 202.899, com uma variação anual que iniciou em 14.818 em 2012 e alcançou 23.251 em 2022. Observa-se um aumento gradual ao longo dos anos, com um crescimento mais acentuado a partir de 2016, sendo que o período total analisado teve um aumento percentual de 36,26%. No estado do Pará, as notificações totalizaram 89.143 no mesmo período. O número de notificações também mostra uma tendência de aumento, começando com 7.292 em 2012 e chegando a 10.734 em 2022. O ano com o menor número de notificações foi 2016, com 7.176, enquanto o ano de 2022 registrou o maior número. Observa-se um valor com ligeiras variações de 2012 até 2018, a partir do qual houve um crescimento mais acentuado de 46,8% até 2022. O aumento percentual do período total analisado foi de 47,2%. DISCUSSÃO: A Região Norte apresentou um aumento constante nas notificações de acidentes por animais peçonhentos, especialmente a partir de 2016. No Estado do Pará, o aumento percentual foi ainda mais significativo (47,2%) em comparação com a média da Região Norte (36,26%), com um crescimento mais acentuado a partir de 2018. Esse aumento contínuo em ambos os escopos do estudo pode ser atribuído a fatores ambientais, uma maior exposição da população a esses animais, a mudanças populacionais, melhorias na notificação e registro dos casos ou uma combinação desses fatores. CONCLUSÃO: A análise dos dados de notificações de acidentes por animais peçonhentos na Região Norte e no Estado do Pará de 2012 a 2022 revela uma tendência de aumento, com o Pará apresentando um crescimento percentual mais acentuado. Essas tendências destacam a importância de estratégias de prevenção, educação e capacitação para reduzir os riscos e melhorar a resposta aos acidentes por animais peçonhentos. A continuidade do monitoramento e da pesquisa é crucial para entender e mitigar os fatores que contribuem para essas notificações.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza