Doença de Chagas: Uma análise epidemiológica comparativa entre os casos confirmados no estado do Pará e na Região Norte do Brasil entre 2018 e 2022 e sua relação com o investimento em plantação de açaí no Pará nesse período.

  • Autor
  • Ayanne Castro de Miranda
  • Co-autores
  • Maria Carolina Pena Ferreira Moraes , Ana Clara Patrício Barbosa , Larissa Suzan Basilio e Silva , Luiz Carlos Araújo Arthur Júnior , Jadson Silva Abreu , Luiz Henrique Barbosa de Pinho , Giovanna Gilioli da Costa Nunes , Daniel Lucas Araujo Ramos
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A Doença de Chagas (DC) é comum em áreas com a presença do inseto triatomíneo, vetor do protozoário Trypanosoma cruzi, que pode contaminar alimentos como o açaí. Entre 2018 e 2022, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) registrou 1.558 casos de DC na região Norte, sendo 1.255 no Pará. Este estudo visa comparar os dados de notificação do SINAN com os dados do IBGE sobre a plantação de açaí no Pará. CASUÍSTICA E MÉTODO: Trata-se de um estudo de caráter analítico e descritivo, além de retrospectivo, com teor de abordagem transversal, em que seus dados para estudo foram obtidos e explorados a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A consulta dos dados foi realizada através da seção "Doença de Chagas aguda - Casos confirmados segundo Ano 1º Sintoma(s)" do SINAN, referentes ao período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022 e relativos ao estado do Pará e à região Norte do Brasil. As variáveis exploradas para correlação no estudo foram: “ano 1º sintomas”, “região de notificação”, e “UF de notificação”. Além disso, foi utilizado o último censo do IBGE para relacionar esses dados com o investimento na plantação de açaí no estado do Pará nesse período. RESULTADOS: Em 2018, foram notificados 355 casos de DC na região Norte, dos quais 293 foram no estado do Pará. Em 2019, 350 casos no Norte, dos quais 257 foram no Pará. Em 2020, 162 casos no Norte, com 147 no Pará. Em 2021, notificaram-se 324 casos no Norte, dos quais 251 foram no Pará. Em 2022, os casos notificados no Norte totalizaram 367, com 308 deles sendo no Pará. Em relação à série histórica de cultivo de açaí, segundo seu valor de produção, o censo de 2022 do IBGE expôs o crescimento quantitativo de milhões investidos em açaí no Pará, passando de 2.000.000 de reais em 2018 e alcançando 6.000.000 de reais em 2022. DISCUSSÃO: O açaí é um alimento amplamente consumido na região Norte, destacando-se no estado do Pará. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Pará é o maior produtor mundial de açaí e dobrou sua produção nos últimos dez anos e, associado a isso, observa-se um aumento significativo de casos notificados de DC no estado. A principal forma de transmissão é oral, através do consumo de frutas ou polpas contaminadas com fezes de animais reservatórios ou vetores infectados. Como o açaí é consumido diariamente pela maioria da população paraense, a alta número de casos da doença é viabilizada. CONCLUSÃO: Portanto, a análise epidemiológica comparativa revela uma correlação significativa entre o aumento dos casos e o crescimento do investimento na plantação de açaí no estado do Pará. O consumo diário de açaí pela população paraense, associado a práticas inadequadas de higiene na produção, contribui para a transmissão oral da doença. Portanto, é crucial fortalecer as medidas de controle sanitário e melhorar as práticas de processamento do açaí para reduzir a incidência da DC na região.

  • Palavras-chave
  • Doença de Chagas; Epidemiologia; Doenças Transmitidas por Vetores
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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