INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A telemedicina consiste no uso de tecnologias de informação e comunicação para dispor de atendimento médico à distância. Apesar do surgimento em 1960, é uma ferramenta em saúde nova no Brasil. Em 2020, devido à pandemia da COVID-19, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu o seu uso em caráter excepcional como medida de enfrentamento ao novo coronavírus, sendo autorizada a prática nos âmbitos público e privado. Nesse período, a telessaúde auxiliou o manejo dos casos de infecção pela COVID-19 nas aldeias indígenas, visto que esses espaços não contam com infraestrutura e profissionais habilitados para atendimento de média e alta complexidade. Esse estudo busca analisar o impacto da telemedicina na saúde indígena durante a pandemia da COVID-19.
CASUÍSTICA E MÉTODO: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura com base na pergunta norteadora: “Qual o impacto da telemedicina na saúde da população indígena durante o cenário de COVID-19?”. Utilizou-se os descritores “telemedicine”, “Indigenous Peoples” e “COVID-19” na base de dados do PubMed. Foram incluídos estudos completos e gratuitos, com publicação entre 2019 e 2024, além de serem excluídos estudos que não abordavam a população indígena.
RESULTADOS: Ao todo, encontraram-se 22 artigos e, após a aplicação dos critérios de inclusão, foram obtiveram 15 estudos. Posteriormente a leitura na íntegra, excluíram-se 9 por não tratarem a população indígena e a telemedicina como alvo de estudo, restando 6 artigos, os quais foram incluídos no estudo.
DISCUSSÃO: O isolamento social, o estresse econômico em questão e outras barreiras, destacam os pacientes psiquiátricos, como um dos grupos mais afetados pela pandemia. A partir da análise dos 6 artigos, notou-se que 5 abordam a saúde mental como foco da pesquisa, afirmando o crescimento das taxas de suicídio entre os pacientes indígenas com doenças psiquiátricas (IPPI). No Brasil, vinculou-se, como fator causal, as diversas divulgações de notícias falsas em relação à própria doença e aos efeitos inexistentes ou ineficazes da vacina contra o COVID-19, incitando o medo, a angústia e o agravamento de sintomas depressivos e ansiosos nos IPPI; além disso, evidenciou-se a escassez de políticas destinadas tanto à implementação da telessaúde quanto à capacitação de profissionais voltados para atuar nas comunidades indígenas, cujo acesso à saúde é limitado e as barreiras tecnológicas têm grande impacto. Outrossim, destacaram-se iniciativas como as Organizações de Saúde Controladas pela Comunidade Aborígine (ACCHOs), na Austrália, que contribuíram na prestação de serviços médicos por meio da telessaúde.
CONCLUSÃO: O uso da telemedicina é uma alternativa promissora no fornecimento de cuidados de saúde cada vez mais equitativos para a população indígena, no entanto, torna-se fundamental a disseminação de políticas visando à implementação desse modelo assistencial, para reduzir os impactos da pandemia de COVID-19 a esse grupo vulnerável.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza