Perfil epidemiológico de internações por endometriose no Brasil nos últimos 10 anos

  • Autor
  • Fábio Tenorio da Silva
  • Co-autores
  • Kauê Magalhães Castro dos Santos , Talita Alves Harrop , Gisele Rocha Lopes , Willian Alves Costa , Katia Jung Campos
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: A endometriose é uma doença benigna, na qual o tecido endometrial ectópico causa inflamação, produzindo os sintomas de dismenorreia, dispareunia e dor pélvica crônica. A doença é dependente de estrogênio e afeta as mulheres especialmente durante o período reprodutivo e, em alguns casos, antes da menarca e após a menopausa. Pode comprometer a qualidade de vida da mulher e gera consequências socioeconômicas importantes ao país, devido ao seu alto custo com métodos diagnósticos e tratamento. OBJETIVO: Este trabalho visa analisar o perfil epidemiológico de internações por endometriose no Brasil no período de 2013 a 2023. MÉTODO: Realizou-se um estudo descritivo, retrospectivo e transversal através da coleta e interpretação de dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), DATASUS. Foi analisada a categoria “morbidade hospitalar” para endometriose no período de 2013 a 2023. Resultados: Entre 2013 e 2023 foram registradas 135.258 internações por endometriose no Brasil, das quais 42,14% foram constatadas na região Sudeste, seguida pelas regiões nordeste e sul, com 26,42% e 18.09%, respectivamente. Em 74,44% dos casos, essas ocorreram em caráter de atendimento eletivo. Essa proporção de atendimentos eletivos e de urgência possui pequenas variações, com exceção do norte, em que as internações eletivas corresponderam a 56,20%. Os casos de endometriose se concentraram na faixa etária de 40 a 49 anos, com 42,6% totais. Nos últimos 10 anos, os serviços de assistência à endometriose acumularam um custo monetário de R$ 109.488.938,32, dos quais 65% foram despendidos somente no setor hospitalar. Os gastos por região foram proporcionais ao número de internações: a região sudeste foi responsável pelo maior gasto hospitalar, apresentando uma média de R$ 553,00 por internação. As hospitalizações por endometriose duraram em média 2,4 dias, contudo, na região norte esse valor se excedeu a 3,1 dias. Foram contabilizados 188 óbitos pela condição, cuja taxa de mortalidade nacional foi de 14%. Entre as regiões, a maior taxa de mortalidade foi obtida no sudeste, 16%, e a menor no Centro-Oeste, 9%. DISCUSSÃO: A partir do estudo evidencia-se que a endometriose apresenta distribuição regional desigual no Brasil, com maior incidência na região Sudeste. A disparidade no acesso a atendimentos eletivos, especialmente na região Norte, sugere desigualdades no sistema de saúde. Os custos elevados do tratamento, principalmente no setor hospitalar, e a variação na média de permanência hospitalar e nas taxas de mortalidade entre regiões, indicam diferenças na eficiência e qualidade do atendimento. CONCLUSÃO: O estudo destaca a necessidade de políticas públicas para abordar as desigualdades regionais no acesso ao tratamento da endometriose, melhorar a detecção precoce e o manejo da doença. Reduzir esses desequilíbrios pode diminuir os custos de saúde e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas, além de reduzir a taxa de mortalidade pela doença.

  • Palavras-chave
  • Endometriose, Internação e Epidemiologia
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
Voltar

É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.

Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

A Comissão Científica

  • Telemedicina
  • Direito Médico
  • Medicina do Esporte
  • Políticas Públicas em Saúde
  • Gestão e Sustentabilidade em Saúde
  • Epidemias Globais
  • Inovações Tecnológicas em Saúde
  • Evolução dos Fármacos
  • Educação Financeira
  • Cooperativismo

Comissão Organizadora

Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente

Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra

 

Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva

Dr. Francisco Eratóstenes da Silva

Dr. Heryvelton Lima de Freittas

Dra. Brenda Faccio dos Santos

Dr. Otávio Guilhon

Dra. Ana Claudia Santana

Dr. Juciland de Sena Gama

Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo

Dr. José Roberto

Dra. Valéria Barbosa Pontes

 

Comissão Científica

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Lauro José Barata de Lima

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Marianne Rodrigues Fernandes

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza

Eric Homero Albuquerque Paschoal

 

Comissão Avaliadora

David José Oliveira Tozetto 

Diana Albuquerque Sato

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Eric Homero Albuquerque Paschoal

Janari da Silva Pedroso

Juliana de Araújo Borges Ferreira

Lauro José Barata de Lima

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Maria de Fátima Guimarães Couceiro

Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza