Introdução e objetivo: os anticorpos monoclonais (ACMs) são biofármacos produzidos em células vivas a partir de um clone de linfócito B. Ligam-se a antígenos, bloqueando diretamente o invasor ou ativando o sistema imunológico para eliminar microrganismos e células tumorais. Observa-se que esses medicamentos são cada vez mais utilizados, sendo disponibilizados pelo SUS para tratar doenças autoimunes e cânceres. Alguns dos ACMs mais usados para doenças autoimunes são rituximabe, infliximabe, adalimumabe e golimumabe. Assim sendo, o presente estudo objetiva analisar o uso dos ACMs rituximabe, infliximabe, adalimumabe e golimumabe no Brasil de 2019 a 2024. Casuística e método: trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e quantitativo, com dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Os ACMs incluídos foram: Adalimumabe 40mg injetável (por seringa preenchida), Infliximabe 10 mg/ml injetável (frasco-ampola com 10ml), Golimumabe 50mg injetável (por seringa preenchida) e Rituximabe 500mg injetável (por frasco-ampola de 50ml - originador) utilizados entre Março/2019 a Março/2024. Foram consideradas as variáveis: quantidade aprovada, segundo região, unidade da federação (UF) e ano-atendimento. Os dados foram tabulados e analisados por estatística descritiva. Resultados: em relação à administração de ACMs no Brasil pelo SUS entre 2019-2024, foram identificadas 7.846.769 doses, sendo 65,96% de Adalimumabe 40mg injetável, 22,42% de Infliximabe 10mg/ml injetável, 11,08% de Golimumabe 50mg Injetável e 0,54% de Rituximabe 500mg Injetável (42.568). Na distribuição regional destacam-se as regiões Sudeste, com 4.146.660 doses (52,85%), Sul (20,7%) e Nordeste (12,36%). A região Norte foi a que menos utilizou os biofármacos analisados (257.241), com 3,27% do total. Na análise do número de doses administradas por UF, o estado que mais aplicou ACMs foi São Paulo (SP), com 2.326.996 doses (29,66%). Em segundo, Minas Gerais (MG) teve 13,59% das aplicações e, em terceiro, Paraná teve 9,73%. A UF que menos aplicou ACMs foi o Amapá, com 9.935 doses aplicadas (0,13%). O ano que mais teve aplicação de ACMs no período foi 2022, com 1.770.590 doses aplicadas (22,56%), seguido por 2021 (22,52%) e 2020 (22,22%). Discussão: verifica-se a utilização crescente dos ACM, demonstrando sua relevância para o prognóstico de pacientes que antes ficavam sem uma opção de tratamento. Observa-se também a disparidade no acesso a estes biofármacos, principalmente no que tange à região Norte, que tem a UF que menos utilizou ACMs (AP) do país. Os estados que mais aplicaram ACMs, SP e MG, são os dois mais populosos, o que interfere parcialmente neste resultado. Vale ressaltar que a pesquisa não considerou dados de fármacos biossimilares. Conclusão: o crescimento do uso de ACMs é uma realidade no país, entretanto fatores socioeconômicos, estruturais e epidemiológicos ainda influenciam a disponibilidade e utilização desses agentes terapêuticos.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza