Introdução e Objetivo: A síndrome de Marfan é uma doença autossômica dominante rara do tecido conjuntivo, causada por uma mutação no gene FBN1, um dos genes que constitui a fibrilina. A condição evoluiu com comorbidades relacionadas ao sistema cardiovascular, respiratório, osteoarticular, neurológico e oftalmológico. Estudos qualitativos demonstram que, pacientes com SM, em geral, apresentam menor qualidade de vida na saúde física. O objetivo geral foi sintetizar as principais recomendações concernente à prática de exercícios físicos (EF) em pacientes com Síndrome de Marfan.
Materiais e Método: Trata-se de uma revisão integrativa com o levantamento de artigos disponíveis na base da National Library of Medicine entre os anos de 1971 e 2024. Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) utilizados foram “Marfan syndrome” e “physical activities”. Os critérios de inclusão foram artigos completos em inglês. Os critérios de exclusão foram artigos que tangenciassem o tema sem propor recomendações específicas, estudos em modelos animais e relato de casos. A análise dos estudos selecionados foi por meio da leitura na íntegra de forma a observar, descrever e sintetizar informações cruciais.
Resultados: A amostragem inicial mostrou 38 artigos no total, do quais 15 artigos foram excluídos por não contemplarem a temática, 15 que não apresentaram recomendações específicas para a prática de exercícios ou esportes, 3 por se tratar de estudos experimentais em modelos animais e 1 relato de caso. A amostra final mostrou 4 artigos, que foram lidos na íntegra.
Discussão: Uma coorte mostrou que caminhadas em um período de 6 meses entre pacientes adolescentes com SM reduziu a taxa de mudança na raiz da aorta, quando comparado com pacientes que não praticaram EF (P=0.01). Outro estudo de intervenção randomizado com 50 pacientes mostrou que exercícios físicos de média intensidade e aeróbicos, 2 vezes por semana, executados durante 3 meses, melhoraram a função respiratória e muscular, mensurados pela elevação do pico de volume O2 (p<0.001) e pelo aumento da carga máxima em um squad (p<0.05). Ainda nesse estudo, comparado ao grupo controle, não houve aumento estatisticamente significativo do diâmetro da aorta, apontando para a segurança do EF de moderada intensidade, sem elevar o risco de ruptura de aorta.
Conclusão: Apesar da Sociedade Europeia de Cardiologia desaconselhar a prática de EF de alta intensidade em pacientes com SM, ainda há controvérsias em relação a qual o melhor tipo de exercício, dado que a literatura carece de estudos clínicos randomizados multicêntricos, que definam o real risco de progressão dos acometimentos vasculares, bem como a consideração de outros benefícios relacionados ao conceito de saúde. Estudos de intervenção recentes não mostram aumento do risco cardiovascular com a prática esportiva de moderada intensidade. Recomenda-se, portanto, a individualização da prescrição de EF, considerando as características e necessidades de cada paciente.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza