O QUE A LITERATURA RECOMENDA EM RELAÇÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM PACIENTES COM SÍNDROME DE MARFAN?

  • Autor
  • João Vinícius Nogueira Leal
  • Co-autores
  • Anabela do Nascimento Moraes , Ana Paula Moia Rodrigues , Kellen Freitas Silva de Almeida , Lucas Guilherme Medeiros e Silva , Mayse Barbosa Lins , Paulo Roberto Tavares Tavares , Pedro Henrique Silveira , Ronald Caramês de Melo dos Santos. , Stefany Dantas Leite.
  • Resumo
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    Introdução e Objetivo: A síndrome de Marfan é uma doença autossômica dominante rara do tecido conjuntivo, causada por uma mutação no gene FBN1, um dos genes que constitui a fibrilina. A condição evoluiu com comorbidades relacionadas ao sistema cardiovascular, respiratório, osteoarticular, neurológico e oftalmológico. Estudos qualitativos demonstram que, pacientes com SM, em geral, apresentam menor qualidade de vida na saúde física. O objetivo geral foi sintetizar as principais recomendações concernente à prática de exercícios físicos (EF) em pacientes com Síndrome de Marfan.

    Materiais e Método: Trata-se de uma revisão integrativa com o levantamento de artigos disponíveis na base da National Library of Medicine entre os anos de 1971 e 2024. Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) utilizados foram “Marfan syndrome” e “physical activities”. Os critérios de inclusão foram artigos completos em inglês. Os critérios de exclusão foram artigos que tangenciassem o tema sem propor recomendações específicas, estudos em modelos animais e relato de casos. A análise dos estudos selecionados foi por meio da leitura na íntegra de forma a observar, descrever e sintetizar informações cruciais.

    Resultados: A amostragem inicial mostrou 38 artigos no total, do quais 15 artigos foram excluídos por não contemplarem a temática, 15 que não apresentaram recomendações específicas para a prática de exercícios ou esportes, 3 por se tratar de estudos experimentais em modelos animais e 1 relato de caso. A amostra final mostrou 4 artigos, que foram lidos na íntegra.

    Discussão: Uma coorte mostrou que caminhadas em um período de 6 meses entre pacientes adolescentes com SM reduziu a taxa de mudança na raiz da aorta, quando comparado com pacientes que não praticaram EF (P=0.01). Outro estudo de intervenção randomizado com 50 pacientes mostrou que exercícios físicos de média intensidade e aeróbicos, 2 vezes por semana, executados durante 3 meses, melhoraram a função respiratória e muscular, mensurados pela elevação do pico de volume O2 (p<0.001) e pelo aumento da carga máxima em um squad (p<0.05). Ainda nesse estudo, comparado ao grupo controle, não houve aumento estatisticamente significativo do diâmetro da aorta, apontando para a segurança do EF de moderada intensidade, sem elevar o risco de ruptura de aorta.

    Conclusão: Apesar da Sociedade Europeia de Cardiologia desaconselhar a prática de EF de alta intensidade em pacientes com SM, ainda há controvérsias em relação a qual o melhor tipo de exercício, dado que a literatura carece de estudos clínicos randomizados multicêntricos, que definam o real risco de progressão dos acometimentos vasculares, bem como a consideração de outros benefícios relacionados ao conceito de saúde. Estudos de intervenção recentes não mostram aumento do risco cardiovascular com a prática esportiva de moderada intensidade. Recomenda-se, portanto, a individualização da prescrição de EF, considerando as características e necessidades de cada paciente.

  • Palavras-chave
  • 1. Síndrome de Marfan 2. Exercícios físicos 3. Qualidade de vida 4. Recomendações clínicas
  • Área Temática
  • Medicina do Esporte
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Boa leitura!

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