ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NOS ESTADOS AMAZÔNICOS ENTRE 2019 E 2023

ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NOS ESTADOS AMAZÔNICOS ENTRE 2019 E 2023

• Autor
• Giordana Teixeira da Silva Profeti
• Co-autores
• Beatriz Vallinoto Silva de Araújo , Luma Ano Bom Sodré , Rafaela Gruppi Rodrigues
• Resumo

• Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que afeta os nervos e a pele, caracterizada por manchas hipocrômicas com redução da sensibilidade. No Brasil, com ênfase nos estados amazônicos, a quantidade de casos dessa condição mostram-se relevantes, principalmente nos últimos anos.

  Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da hanseníase nos estados amazônicos entre 2019 e 2023.

  Casuística e método: Por meio da metodologia quantitativa, realizou-se uma análise dos dados disponíveis acerca das doenças e agravos de notificação em relação às notificações da morbidade da Dengue por estado da região amazônica, no intervalo de 2019 a 2023. Em prol da obtenção de informações secundárias por meio digital, foi feito uso da ferramenta de tabulação “tabnet”, abastecida pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e disponibilizada pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

  Resultados: Foram notificados 52.164 casos de Hanseníase nos estados amazônicos, entre 2019 e 2023, sendo a maior parte no Mato Grosso, com 16.886 casos (32,37%), seguido pelo Maranhão, com 13.580 (26,06%), e pelo Pará, com 10.610 (20,33%). A faixa etária com mais casos foi a de 40 a 49 anos, com 10.749 pacientes (20,60%), seguida pela de 50 a 59 anos, com 9.978 (19,12%). Em relação ao sexo e à raça, predominaram, respectivamente, o sexo masculino, com 30.284 pacientes (58,05%), e a raça parda, com 34.195 (65,55%). Neste período observado, o ano predominante foi 2019, com 16.753 casos (32,11%), seguido por 2022, com 10.710 (20,53%), e por 2020, com 10.202 (19,55%).

  Discussão: Diante dos dados, percebe-se que a faixa etária mais atingida coincide com a que mais frequenta o sistema de saúde para consultas. Quanto ao sexo, mais casos em homens foram relatados, provavelmente pelo fato de, culturalmente, o gênero masculino ser o que menos se previne de doenças. Em relação à raça, a predominância de pardos na população do país justifica o maior número de casos nessa raça. Acerca dos anos com mais notificações, o ano de 2019, antes da Pandemia, destaca-se, possivelmente, por nos anos seguintes a hanseníase ter sido mascarada pelos crescentes casos de Covid-19.

  Conclusão: Nesse sentido, evidencia-se uma negligência a respeito das medidas preventivas contra tal doença, uma vez que há uma quantidade ainda elevada de casos nos estados amazônicos. Além disso, a gravidade e o prognóstico da Hanseníase reforçam a necessidade da elaboração de mais políticas públicas de saúde efetivas, a fim de evitar mais contaminações e mais casos da doença.

• Palavras-chave
• Hanseníase, Epidemiologia, Estados Amazônicos
• Área Temática
• Epidemias Globais