Introdução: A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada pelos vírus classificados cientificamente na família Flaviviridae e no gênero Flavivirus, utilizando a fêmea do mosquito Aedes aegypti como vetor. No Brasil, com ênfase nos estados amazônicos, esta arbovirose é endêmica, o que torna relevante a quantidade de casos, principalmente nos últimos anos.
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da dengue nos estados amazônicos entre os anos de 2019 e 2023.
Casuística e método: Por meio da metodologia quantitativa, realizou-se uma análise dos dados disponíveis acerca das doenças e agravos de notificação em relação às notificações da morbidade da Dengue por estado da região amazônica, no intervalo de 2019 a 2023. Em prol da obtenção de informações secundárias por meio digital, foi feito uso da ferramenta de tabulação “tabnet”, abastecida pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e disponibilizada pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
Resultados: Foram notificados 339.551 casos de Dengue nos estados amazônicos, entre 2019 e 2023, sendo a maior parte no Mato Grosso, com 132.550 (39,03%), seguido por Tocantins, com 49.500 (14,57%), e pelo Acre, com 43.948 (12,94%). A faixa etária com mais casos foi a de 20 a 39 anos, com 122.454 pacientes (36,06%), seguida pela de 40 a 59 anos, com 73.491 (21,64%). Em relação ao sexo e à raça, predominaram, respectivamente, o sexo feminino, com 177.124 pacientes (52,16%), e a raça parda, com 221.590 (65,25%). No período observado, o ano predominante foi 2022, com 92.373 casos (27,20%), seguido por 2023, com 68.295 (20,11%), e por 2021, com 64.337 (18,94%).
Discussão: Diante dos dados, percebe-se que as faixas etárias mais afetadas coincidem com as economicamente ativas, logo, mais expostas às doenças, devido à exposição laboral. Quanto ao sexo, mais casos em mulheres foram relatados, possivelmente pelo fato de serem o gênero que mais procura o serviço de saúde. Em relação à raça, a predominância de pardos na população do país justifica o maior número de casos nessa raça. Acerca dos anos com mais notificações, coincidem com os anos após a Pandemia de Covid-19, nos quais, provavelmente, os serviços de saúde puderam se voltar mais às demais doenças.
Conclusão: Logo, os dados mostram que o Mato Grosso destaca-se com maior quantidade de casos durante esse período, o que pode estar relacionado tanto à sua grande população quanto ao clima que, principalmente no verão, torna o local oportuno para a proliferação da dengue. Além disso, a prevalência do grupo feminino notificado indica que é vital o equilíbrio entre os sexos na busca por assistência médica. Por fim, entre os anos observados, os maiores casos encontram-se em períodos atuais, nos anos de 2022 e 2023, o que justifica a urgência de combater essa doença na região amazônica.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza