ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA DE CHAGAS AGUDA NOS ESTADOS AMAZÔNICOS ENTRE 2018 E 2023

  • Autor
  • Luma Ano Bom Sodré
  • Co-autores
  • Giordana Teixeira da Silva Profeti , Rafaela Gruppi Rodrigues , Beatriz Vallinoto Silva de Araújo
  • Resumo
  • Introdução: A Doença de Chagas é uma infecção parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que utiliza, principalmente, o inseto "barbeiro" como vetor. No Brasil, com ênfase nos estados amazônicos, as quantidades de casos dessa condição mostram-se relevantes, principalmente nos últimos anos.

     

    Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da Doença de Chagas nos estados amazônicos entre 2018 e 2023.

     

    Casuística e método: Por meio da metodologia quantitativa, realizou-se uma análise dos dados disponíveis acerca das doenças e agravos de notificação em relação às notificações da morbidade da Dengue por estado da região amazônica, no intervalo de 2019 a 2023. Em prol da obtenção de informações secundárias por meio digital, foi feito uso da ferramenta de tabulação "tabnet", abastecida pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e disponibilizada pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

     

    Resultados: Foram notificados 1.609 casos de Doença de Chagas Aguda nos estados amazônicos, entre 2018 e 2023, sendo a maior parte no Pará, com 1.266 casos (78,68%), seguido pelo Amapá, com 148 (9,19%). A faixa etária com mais casos foi a de 20 a 39 anos, com 547 pacientes (37,10%), seguida pela de 40 a 59 anos, com 419 (26,04%). Em relação ao sexo e à raça, predominaram, respectivamente, o sexo masculino, com 852 pacientes (52,95%), e a raça parda, com 1.353 (84,08%). Neste período observado, o ano predominante foi 2018, com 380 casos (23,61%), seguido por 2022, com 368 (22,87%), e por 2019, com 355 (22,06%).

     

    Discussão: Diante dos dados, percebe-se que, apesar da reduzida quantidade de casos nos estados amazônicos, o Pará representar uma quantidade extremamente elevada dessas notificações auxilia a entender a Doença de Chagas Aguda como endêmica nesse estado. Quanto à faixa etária mais atingida, coincide com a idade economicamente ativa, logo, mais exposta a doenças, devido à exposição laboral. Quanto ao sexo, mais casos em homens foram relatados, provavelmente pelo fato de, culturalmente, o gênero masculino ser o que menos se previne de doenças. Em relação à raça, a predominância de pardos na população do país justifica o maior número de casos nessa raça. Acerca dos anos com mais notificações, os anos de 2018 e 2022 se destacam, provavelmente, por serem períodos Pré e Pós-pandemia, respectivamente, podendo demonstrar que a doença foi mascarada pelos crescentes casos de Covid-19.

     

    Conclusão: Nesse sentido, evidencia-se a possível subnotificação de mais casos dessa doença nos demais estados amazônicos, além de uma notável negligência em relação às medidas preventivas, relacionadas ao uso de inseticidas contra o Trypanosoma cruzi nas residências. A histórica endemia de tal doença na região amazônica reforça, também, a necessidade da elaboração de mais políticas públicas de saúde efetivas

     

  • Palavras-chave
  • Doença de Chagas Aguda, Epidemiologia, Estados Amazônicos.
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.

Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

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Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

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