Introdução: A Doença de Chagas é uma infecção parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que utiliza, principalmente, o inseto "barbeiro" como vetor. No Brasil, com ênfase nos estados amazônicos, as quantidades de casos dessa condição mostram-se relevantes, principalmente nos últimos anos.
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da Doença de Chagas nos estados amazônicos entre 2018 e 2023.
Casuística e método: Por meio da metodologia quantitativa, realizou-se uma análise dos dados disponíveis acerca das doenças e agravos de notificação em relação às notificações da morbidade da Dengue por estado da região amazônica, no intervalo de 2019 a 2023. Em prol da obtenção de informações secundárias por meio digital, foi feito uso da ferramenta de tabulação "tabnet", abastecida pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e disponibilizada pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
Resultados: Foram notificados 1.609 casos de Doença de Chagas Aguda nos estados amazônicos, entre 2018 e 2023, sendo a maior parte no Pará, com 1.266 casos (78,68%), seguido pelo Amapá, com 148 (9,19%). A faixa etária com mais casos foi a de 20 a 39 anos, com 547 pacientes (37,10%), seguida pela de 40 a 59 anos, com 419 (26,04%). Em relação ao sexo e à raça, predominaram, respectivamente, o sexo masculino, com 852 pacientes (52,95%), e a raça parda, com 1.353 (84,08%). Neste período observado, o ano predominante foi 2018, com 380 casos (23,61%), seguido por 2022, com 368 (22,87%), e por 2019, com 355 (22,06%).
Discussão: Diante dos dados, percebe-se que, apesar da reduzida quantidade de casos nos estados amazônicos, o Pará representar uma quantidade extremamente elevada dessas notificações auxilia a entender a Doença de Chagas Aguda como endêmica nesse estado. Quanto à faixa etária mais atingida, coincide com a idade economicamente ativa, logo, mais exposta a doenças, devido à exposição laboral. Quanto ao sexo, mais casos em homens foram relatados, provavelmente pelo fato de, culturalmente, o gênero masculino ser o que menos se previne de doenças. Em relação à raça, a predominância de pardos na população do país justifica o maior número de casos nessa raça. Acerca dos anos com mais notificações, os anos de 2018 e 2022 se destacam, provavelmente, por serem períodos Pré e Pós-pandemia, respectivamente, podendo demonstrar que a doença foi mascarada pelos crescentes casos de Covid-19.
Conclusão: Nesse sentido, evidencia-se a possível subnotificação de mais casos dessa doença nos demais estados amazônicos, além de uma notável negligência em relação às medidas preventivas, relacionadas ao uso de inseticidas contra o Trypanosoma cruzi nas residências. A histórica endemia de tal doença na região amazônica reforça, também, a necessidade da elaboração de mais políticas públicas de saúde efetivas
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza