Introdução e Objetivo: A população indígena no Brasil é composta por cerca de 817.963 mil pessoas, distribuídas em 305 etnias que falam 274 línguas distintas (IBGE, 2012). A articulação de saberes na atenção à saúde indígena visa integrar conhecimentos tradicionais de tal diversidade sociocultural com o sistema oficial de saúde, para garantir a atenção integral e diferenciada a cada grupo indígena. No Brasil, a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) estabelece o arcabouço legal para garantir que povos indígenas tenham acesso à atenção integral e diferenciada à saúde. Nesse sentido, a fim de respeitar os direitos constitucionais dos povos indígenas, a SESAI está implementando o Programa Articulando Saberes em Saúde Indígena (PASSI). O objetivo deste trabalho foi analisar a articulação dos saberes no âmbito da atenção à saúde indígena com base nesse programa. Casuística e Método: Este trabalho fez uma pesquisa documental que utilizou o "Programa Articulando Saberes em Saúde Indígena (PASSI)" para discutir a importância da articulação de saberes no âmbito da atenção à saúde indígena. Resultados: Observou-se que o PASSI adota uma abordagem intercultural, com envolvimento direto das comunidades indígenas na construção das estratégias de saúde como: espaços de diálogos entre profissionais da saúde e comunidades indígenas, capacitação desses profissionais para os diferentes contextos interculturais, respeito e integração das práticas médicas referenciadas pelo SUS aos saberes tradicionais, facilitação do acesso dessas comunidades tanto às medicinas tradicionais quanto aos serviços do sistema oficial de saúde e o registro e mapeamento dos saberes e práticas tradicionais. Discussão: A articulação de saberes em saúde indígena enfrenta diversos desafios, incluindo a necessidade de compreensão profunda dos sistemas sociomédicos indígenas e a preparação adequada dos profissionais de saúde. Superar estereótipos e preconceitos é essencial para a efetividade dessa articulação. A descolonização das políticas e serviços de saúde é crucial para reconhecer as medicinas tradicionais como sistemas legítimos e integrados à vida dessas comunidades. A permanente capacitação médica é vital para desenvolver competências interculturais entre os profissionais de saúde e as comunidades indígenas, construindo um modelo de atenção e cooperação contínuos entre todos os atores envolvidos. Conclusão: A articulação de saberes no âmbito da atenção à saúde indígena é estratégia vital para garantir que os povos indígenas tenham acesso à atenção integral à saúde. Constatou-se que PASSI desempenha um papel crucial nesse processo, promovendo a valorização dos saberes tradicionais e a integração desses conhecimentos com o sistema oficial de saúde. Assim, o sucesso dessa iniciativa depende da colaboração contínua entre essas comunidades, profissionais de saúde e gestores no reconhecimento da riqueza e diversidade das medicinas tradicionais indígenas.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza