A Articulação de Saberes no âmbito da Atenção à Saúde Indígena: Análise do Programa Articulando Saberes em Saúde Indígena (PASSI)

  • Autor
  • Khaelson Andrey Barroso Moura
  • Co-autores
  • José Nazareno Cunha Negrão , Selma Kazumi da Trindade Noguchi , Jorge Luis Moscoso Paraense
  • Resumo
  • Introdução e Objetivo: A população indígena no Brasil é composta por cerca de 817.963 mil pessoas, distribuídas em 305 etnias que falam 274 línguas distintas (IBGE, 2012). A articulação de saberes na atenção à saúde indígena visa integrar conhecimentos tradicionais de tal diversidade sociocultural com o sistema oficial de saúde, para garantir a atenção integral e diferenciada a cada grupo indígena. No Brasil, a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) estabelece o arcabouço legal para garantir que povos indígenas tenham acesso à atenção integral e diferenciada à saúde. Nesse sentido, a fim de respeitar os direitos constitucionais dos povos indígenas, a SESAI está implementando o Programa Articulando Saberes em Saúde Indígena (PASSI). O objetivo deste trabalho foi analisar a articulação dos saberes no âmbito da atenção à saúde indígena com base nesse programa. Casuística e Método: Este trabalho fez uma pesquisa documental que utilizou o "Programa Articulando Saberes em Saúde Indígena (PASSI)" para discutir a importância da articulação de saberes no âmbito da atenção à saúde indígena. Resultados: Observou-se que o PASSI adota uma abordagem intercultural, com envolvimento direto das comunidades indígenas na construção das estratégias de saúde como: espaços de diálogos entre profissionais da saúde e comunidades indígenas, capacitação desses profissionais para os diferentes contextos interculturais, respeito e integração das práticas médicas referenciadas pelo SUS aos saberes tradicionais, facilitação do acesso dessas comunidades tanto às medicinas tradicionais quanto aos serviços do sistema oficial de saúde e o registro e mapeamento dos saberes e práticas tradicionais. Discussão: A articulação de saberes em saúde indígena enfrenta diversos desafios, incluindo a necessidade de compreensão profunda dos sistemas sociomédicos indígenas e a preparação adequada dos profissionais de saúde. Superar estereótipos e preconceitos é essencial para a efetividade dessa articulação. A descolonização das políticas e serviços de saúde é crucial para reconhecer as medicinas tradicionais como sistemas legítimos e integrados à vida dessas comunidades. A permanente capacitação médica é vital para desenvolver competências interculturais entre os profissionais de saúde e as comunidades indígenas, construindo um modelo de atenção e cooperação contínuos entre todos os atores envolvidos. Conclusão: A articulação de saberes no âmbito da atenção à saúde indígena é estratégia vital para garantir que os povos indígenas tenham acesso à atenção integral à saúde. Constatou-se que PASSI desempenha um papel crucial nesse processo, promovendo a valorização dos saberes tradicionais e a integração desses conhecimentos com o sistema oficial de saúde. Assim, o sucesso dessa iniciativa depende da colaboração contínua entre essas comunidades, profissionais de saúde e gestores no reconhecimento da riqueza e diversidade das medicinas tradicionais indígenas.

  • Palavras-chave
  • Sistema de Saúde Indígena, Sistemas de Saúde Tradicionais, População Indígena, Medicina Tradicional
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.

Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

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