Introdução e Objetivo: De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos 2021 da Abrelpe, o Brasil gerou 27,7 milhões de toneladas de resíduos recicláveis. No entanto, o índice de recuperação é baixo, em qual a taxa para recicláveis secos, como metais e papel, é de apenas 2,2%. Nesse viés, este estudo visa analisar o impacto socioeconômico e ambiental da reciclagem, destacando sua importância para a subsistência e qualidade de vida dos moradores e trabalhadores dos lixões, ao avaliar os desafios na coleta de materiais recicláveis. Casuística e Método: Trata-se de um relato de experiência que foi realizado por acadêmicos do primeiro período de medicina, durante uma visita extensionista à comunidade no Bairro Pantanal, em Castanhal, Pará, próximo a um depósito de lixo a céu aberto, no dia 1 de abril de 2024. Na ocasião, foram realizadas entrevistas com 15 residentes e trabalhadores do local. A coleta de dados incluiu observações diretas das condições de trabalho e vida, além de entrevistas semiestruturadas sobre a percepção dos moradores quanto aos impactos da reciclagem em suas vidas. Resultados: A visita à comunidade adjacente ao lixão revelou a triste realidade dos moradores, com situações precárias de educação, economia e saúde. A catação de resíduos mostrou-se essencial para a sobrevivência dessa população, sendo uma fonte vital e/ou única de renda. Todavia, a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) é evidente, e mesmo aqueles que usam botas e luvas não estão completamente protegidos contra ferimentos e doenças. Os moradores reconhecem a importância dessa atividade, mas enfrentam grandes desafios na coleta e comercialização de recicláveis, como a falta de apoio governamental e infraestrutura adequada. Discussão: A reciclagem é crucial para a sustentabilidade ambiental e a melhoria das condições de vida dos trabalhadores dos lixões. A negligência na coleta seletiva causa impactos negativos significativos para a sociedade. A separação adequada dos resíduos melhora a eficiência do manejo de materiais recicláveis e a qualidade de vida dos trabalhadores do lixão. A exposição constante a resíduos não tratados e a falta de EPIs aumentam os riscos de saúde, como ferimentos e doenças infecciosas, ressaltando a necessidade de políticas públicas mais eficazes para apoiar esses trabalhadores, como criação de cooperativas de catadores, e ainda de educação e capacitação aos habitantes dessa comunidade. Conclusão: Em suma, a reciclagem é vital para o meio ambiente e a sustentabilidade, além de ser crucial para os moradores próximos aos lixões. A separação adequada dos resíduos e o melhor manejo dos materiais recicláveis podem melhorar a qualidade de vida coletiva e facilitar o trabalho dos catadores. Na medicina, é fundamental compreender os impactos ambientais e sociais da reciclagem para identificar exposições a substâncias tóxicas e vulnerabilidades sociais, proporcionando tratamentos apropriados e medidas de segurança eficazes.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza