COBERTURA VACINAL CONTRA POLIOMIELITE NAS REGIÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 2002 A 2022

  • Autor
  • Mayara dos Santos Silva
  • Co-autores
  • João Antonio Lopes do Nascimento , Karen Cristina de Miranda Dias
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: A poliomielite afeta menores de 5 anos de idade e pode causar paralisia de membros inferiores até paralisia de músculos respiratórios, levando à morte. Está associada à precariedade de saneamento, facilitando a disseminação do poliovírus. No Brasil, a pólio foi erradicada em 1994, porém a cobertura vacinal (CV) tem sido motivo de preocupação dos sistemas de saúde em âmbito mundial nos últimos anos. OBJETIVO: Analisar a CV para poliomielite por regiões no Brasil de 2002-2022. CASUÍSTICA E MÉTODO: Estudo retrospectivo, descritivo, quantitativo sobre a CV para poliomielite nas regiões brasileiras, realizado pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). Coletaram-se dados referentes à CV por região a cada ano entre 2002 e 2022 analisados no Microsoft Office Excel 2016. RESULTADOS: De 2002 a 2022 a CV nacional foi de 94,5 com valor máximo em 2007 (105,7) e mínimo em 2021 (71,3). A região Centro-Oeste obteve a maior média de CV no intervalo estudado (97,2), seguida por Nordeste (94,7), Sudeste (94,5), Sul (94,5) e Norte (91,6). Sobre os valores máximos e mínimos de CV em cada região, o Centro-Oeste teve seu máximo em 2007 (108,5) e mínimo em 2021 (74,2); Nordeste teve o máximo em 2006 (109,0) e mínimo em 2021 (68,5); Sudeste teve o máximo em 2005 (103,8) e mínimo em 2021 (71,5); Sul teve o máximo em 2007 (101,9) e mínimo em 2021 (79,9); Norte teve seu máximo em 2004 (110,9) e mínimo em 2021 (62,2). Todas as regiões mantiveram CV acima dos 95% preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) até 2013. No entanto, em 2014 o Norte ficou abaixo da meta pela 1ª vez (90,0); Nordeste, Sudeste e Sul em 2016 (81,5; 86,3 e 87,5 respectivamente) e Centro-Oeste em 2017 (84,4) e nenhuma das regiões voltou a atingir 95%. DISCUSSÃO: A meta de CV definida pelo MS é necessária para proteção coletiva adequada. Nesse estudo, notou-se queda da CV em todas as regiões, sendo o Norte o primeiro a apresentar-se abaixo da meta em 2014, seguido do Sudeste, Sul e Nordeste em 2016 e Centro-Oeste em 2017, indicando baixa procura pelas vacinas e ameaça de retorno da doença e apesar de oscilações na CV das 5 regiões, desde 2017 nenhuma delas voltou a alcançar 95%. Todas as regiões tiveram a menor CV em 2021, justificado pela pandemia de COVID-19, entretanto já havia queda importante desde 2014, acentuada em 2016 e que atingiu todas as regiões em 2017, apontando risco real de novos casos. É imprescindível a vacinação na idade adequada para todas as patologias infantis que possuem imunização e que sejam realizadas ações educativas a fim de combater a tendência antivacina fortalecida nos últimos anos com divulgações de notícias falsas sobre imunização. CONCLUSÃO: A CV para poliomielite no Brasil entre 2002-2022 revelou preocupante declínio, o que coloca o país em risco de reintrodução da doença. Portanto, é crucial combater a desinformação e a hesitação vacinal, a fim de proteger a saúde pública.

  • Palavras-chave
  • Poliomielite; Cobertura vacinal; Saúde Pública
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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Boa leitura!

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Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza