Perfil Epidemiológico da Hanseníase na Região Norte, no período de 2020 a 2023

  • Autor
  • Khaelson Andrey Barroso Moura
  • Co-autores
  • José Nazareno Cunha Negrão , Selma Kazumi da Trindade Noguchi , Jorge Luis Moscoso Paraense
  • Resumo
  •  

    Introdução e objetivo: O Brasil é o segundo país de maior incidência de hanseníase no mundo, sendo as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte as de maior destaque no território brasileiro. Tal fato consiste em um problema de saúde pública, tornando-se uma doença de notificação compulsória e investigação obrigatória, no País. Desse modo, o objetivo do estudo foi avaliar o perfil epidemiológico prevalente da hanseníase, na região Norte, no período de 2020 a 2023. Casuística e método: Este é um estudo transversal retrospectivo que utilizou os dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), conforme o ano de notificação, referente ao período de 2020 a 2023. As variáveis analisadas foram região de notificação, sexo, raça, faixa etária e escolaridade. Resultados: É notório que o total de casos notificados de Hanseníase na região Norte, nesse período, foi de 14.616 casos. Dessa forma, observou-se que 63,12% (9.226) dos casos do Norte corresponderam a indivíduos do sexo masculino. Aproximadamente 70,51% (10.307) das notificações estavam relacionadas à cor parda. A faixa etária prevalente entre os casos foi a de 40 a 49 anos, compondo mais de 20,60 % do total (3.011). Em relação à escolaridade, 18,71% (2.735) possuiam 1ª a 4ª série incompletos do ensino fundamental. Discussão: Diante dos resultados, infere-se que a hanseníase é influenciada por fatores socioeconômicos, fato demonstrado pela prevalência de indivíduos com o ensino fundamental incompleto.  Assim sendo, a deficiência educacional do país limita o conhecimento associado à prevenção e ao tratamento da doença. Ademais, o grande número de pessoas autodeclaradas pardas pode ter uma influência na prevalência desse grupo, no perfil epidemiológico. Ainda concernente à variável sexo, a baixa procura à assistência à saúde, pelo sexo masculino, tende a dificultar o diagnóstico e ocasionar a subnotificação da patologia. Não obstante, a elevada exposição ocupacional de indivíduos do sexo masculino, citando-se como exemplos as atividades de mineração, construção e a agricultura, tendem a elevar a probabilidade de contato com o agente etiológico Mycobacterium leprae e o sugimento de novos casos. Conclusão: Conclui-se que, na região região Norte do Brasil, a hanseníase sofre forte influência das condições socioeconômicas da população. Assim sendo, é crucial a implementação de políticas públicas que forneçam mais acesso às informações inerentes à doença, sobretudo aos grupos mais acometidos pela mesma, afim de concientízá-los sobre as medidas de prevenção e tratamentos. Somando-se a isso, faz-se necessário a capacitação dos médicos das unidades básicas de saúde para que se otimize o rastreio desse agravo e o acompanhamento longitudinal aos enfermos, visando o melhor prognóstico do paciente. Essas medidas podem auxiliar no controle dos mecanismos de transmissão da doença e mitigar o cenário epidemiológico presente no momento.

     

  • Palavras-chave
  • Hanseníase, Epidemiologia, Brasil, Sistema Único de Saúde, Notificação de Doenças, Fatores Socioeconômicos, Perfil Epidemiológico, Mensuração das Desigualdades em Saúde
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
Voltar

É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.

Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

A Comissão Científica

  • Telemedicina
  • Direito Médico
  • Medicina do Esporte
  • Políticas Públicas em Saúde
  • Gestão e Sustentabilidade em Saúde
  • Epidemias Globais
  • Inovações Tecnológicas em Saúde
  • Evolução dos Fármacos
  • Educação Financeira
  • Cooperativismo

Comissão Organizadora

Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente

Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra

 

Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva

Dr. Francisco Eratóstenes da Silva

Dr. Heryvelton Lima de Freittas

Dra. Brenda Faccio dos Santos

Dr. Otávio Guilhon

Dra. Ana Claudia Santana

Dr. Juciland de Sena Gama

Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo

Dr. José Roberto

Dra. Valéria Barbosa Pontes

 

Comissão Científica

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Lauro José Barata de Lima

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Marianne Rodrigues Fernandes

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza

Eric Homero Albuquerque Paschoal

 

Comissão Avaliadora

David José Oliveira Tozetto 

Diana Albuquerque Sato

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Eric Homero Albuquerque Paschoal

Janari da Silva Pedroso

Juliana de Araújo Borges Ferreira

Lauro José Barata de Lima

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Maria de Fátima Guimarães Couceiro

Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza