INTRODUÇÃO: A doença diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível (CID A09) é causada por vírus, bactérias e parasitas, e resulta em aumento nas evacuações e no volume fecal, com duração média de até 14 dias. Integrante das Doenças Diarreicas Agudas (DDA), apresenta sintomas abdominais e diarreia, podendo levar a óbito devido à desidratação e desnutrição pela perda de líquidos e nutrientes. Os vírus predominantes são rotavírus, norovírus, sapovirus e astrovírus humanos, transmitidos por via oral ou fecal através de objetos, água e alimentos. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico dos óbitos por diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível na Região Norte de janeiro de 2014 a dezembro de 2023. MÉTODOS: Este é um estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo, cujos dados foram coletados da base do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS), disponível no DATASUS. As informações referem-se aos óbitos decorrentes de diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível na Região Norte, entre janeiro de 2014 e dezembro de 2023. As variáveis analisadas incluem ano de registro, faixa etária, cor/raça, sexo e unidade da federação. RESULTADOS: Durante o período analisado, foram registradas 934 mortes, com o pico ocorrendo em 2022, totalizando 118 óbitos (12,6%), seguido por 2023, com 110 (11,5%), e 2019, com 108 (11,5%). O Pará teve o maior número de óbitos (50,5%), seguido por Amazonas (18%) e Roraima (10,2%). As faixas etárias mais afetadas foram 80 anos ou mais (23,7%), seguida por 70 a 79 anos (18,8%) e menores de 1 ano (14%). Pessoas pardas representaram a maioria das mortes (52,9%), seguidas por casos sem informação (32,7%). Não houve diferença significativa entre os sexos, afetando homens (49,9%) e mulheres (50,1%) em proporções semelhantes. DISCUSSÃO: Os dados sobre mortes por diarreia e gastroenterite de origem infecciosa apontam para uma preocupação relevante com a saúde pública, especialmente em regiões com saneamento básico precário, evidenciado pela discrepância nas taxas de mortalidade por estado. A falta de saneamento contribui para a contaminação das águas, agravando problemas de saúde, especialmente em crianças e idosos, grupos mais vulneráveis. As chuvas podem intensificar a contaminação da água, reforçando a necessidade de melhorias no abastecimento hídrico. A vacinação, especialmente contra o rotavírus, é vital para prevenir mortes, destacando a importância de investimentos em saúde pública. CONCLUSÃO: Em resumo, nota-se a necessidade de ações para aprimorar o saneamento básico, a qualidade da água e a cobertura vacinal, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade. A discrepância nas taxas de mortalidade entre os estados ressalta a importância de políticas de saúde pública mais abrangentes e eficazes, visando mitigar os efeitos nocivos de uma infraestrutura inadequada. Essas intervenções são cruciais para proteger a saúde das comunidades afetadas e promover equidade no acesso à saúde.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza