PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR MALÁRIA NA REGIÃO NORTE: UMA ANÁLISE DE JANEIRO DE 2019 A DEZEMBRO DE 2023

  • Autor
  • Cauê Santos Rabelo Mendes
  • Co-autores
  • Jenifer de Moura Peixoto , Antônia Evelyn Albuquerque Costa , Isabella Tavares Moura
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: A malária é uma doença infecciosa febril aguda e altamente letal, causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida pelo mosquito Anopheles, sendo que as espécies P. falciparum e P. vivax são as mais ameaçadoras. A malária afeta 25% da população global e causa entre 1,5 a 3 milhões de mortes anualmente, representando um grande desafio de saúde pública. Na região amazônica, sua distribuição é desigual e é influenciada pela ocupação e exploração dos recursos naturais. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico das internações por malária na Região Norte de janeiro de 2019 a dezembro de 2023. MÉTODOS: Este é um estudo epidemiológico descritivo e quantitativo, baseado em dados obtidos da base do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS), disponível no DATASUS. As informações referem-se às internações por malária na Região Norte, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2023. As variáveis utilizadas foram: ano de processamento, faixa etária, cor/raça, sexo e unidade da federação. RESULTADOS: Observou-se um total de 7.564 internações durante o período analisado, com o maior número em 2023, totalizando 1.716 internações (22,7%), seguido por 2022 com 1.696 (22,4%) e 2019 com 1.642 (21,7%). Os estados com mais óbitos foram Roraima (27,2%) e Rondônia (27,2%), seguidos pelo Amazonas (17,3%). A maioria das internações ocorreu na faixa etária de 20-29 anos (23%), seguida pelas faixas de 30-39 anos (15%) e 1-4 anos (10,1%). Em relação à cor/raça, as internações foram predominantemente de pessoas pardas (61,7%), com 20,6% dos casos sem informação. O sexo masculino predominou no número de internações nesse período (53,3%). DISCUSSÃO: Os dados epidemiológicos revelam um perfil preocupante da malária na região amazônica brasileira, com um aumento expressivo nas internações em 2023, 2022 e 2019. A predominância de internações entre jovens de 20-29 anos sugere fatores ocupacionais relacionados à exposição ao mosquito. A alta proporção de internações entre pessoas pardas e homens aponta para disparidades socioeconômicas e desigualdades no acesso à saúde. Esses achados corroboram as evidências sobre as causas do aumento dos casos de malária na região, como as características climáticas e ecológicas favoráveis à transmissão da doença, a ocupação desorganizada e a disseminação de cepas resistentes de P. falciparum. A exploração mineral, agricultura e assentamentos contribuem para a transmissão focal, enquanto as medidas de controle têm sido insuficientes para conter o avanço da doença. CONCLUSÃO: Em síntese, os dados epidemiológicos da malária na região amazônica brasileira apontam para um cenário alarmante, com aumento expressivo de internações ao longo dos anos, especialmente entre adultos jovens. Tais resultados reforçam a necessidade de uma abordagem abrangente, considerando aspectos epidemiológicos, socioeconômicos e ambientais, para enfrentar eficazmente o desafio da malária e reduzir sua incidência e impacto na saúde pública.

  • Palavras-chave
  • Epidemiologia, Região Norte, Malária
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.

Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

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