Perfil epidemiológico da taxa de mortalidade por Leishmaniose Visceral no Estado do Pará de 2013 a 2022

  • Autor
  • João Carlos do Nascimento Martins
  • Co-autores
  • Willian Hideo Miashiro Yamada , Antônia Evelyn Albuquerque Costa , Isabella Tavares Moura
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença infecciosa crônica sistêmica, causada por protozoários do tipo Leishmania, que interagem com as células do sistema imune do hospedeiro. No Brasil, a zoonose é transmitida pela picada das fêmeas infectadas dos mosquitos flebotomíneos das espécies Lutzomyia longipalpisLutzomyia cruzi (mosquito-palha), com o reservatório urbano sendo, principalmente, os canídeos. Destaca-se  a evolução clínica oligossintomática e insidiosa, na qual há febre diária e a hepatoesplenomegalia discreta, com o quadro final apresentando desnutrição, anasarca, icterícia e ascite. A incidência da doença está associada diretamente aos índices socioeconômicos, à pobreza e à capacidade do sistema imune do hospedeiro. Assim, objetiva-se analisar a taxa de mortalidade por LV no Estado do Pará. CASUÍSTICA E MÉTODO: Estudo observacional, descritivo e quantitativo, no qual utilizou-se dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) para análise da taxa de mortalidade por LV no Pará de 2013 a 2022 conforme as seguinte variáveis: faixa etária, escolaridade e co-infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). RESULTADOS: No período entre 2013 e 2022, foram registrados 3.232 casos de LV com uma taxa de mortalidade de 5,38%. Destacam-se a faixa etária de 70-79 anos, a qual apresentou a maior taxa de mortalidade (20,40%) e a de menores de 1 ano (10,45%), a qual foi a maior entre os indivíduos pediátricos. Em relação à escolaridade, analfabetos apresentaram a maior taxa de mortalidade (8,75%), seguidos por indivíduos com ensino fundamental (5,68%) e médio (4,92%). Não houve registro de óbitos entre indivíduos com ensino superior. Indivíduos co-infectados com HIV obtiveram uma taxa de mortalidade de 7,19%, sendo superior aos não co-infectados (5,85%). DISCUSSÃO: Pacientes acima de 60 anos e as crianças menores de 1 ano são as populações mais suscetíveis a evoluir ao óbito, o que está associado à menor capacidade do sistema imunológico desses indivíduos, (imaturidade nas crianças e senescência nos idosos), prejudicando a resposta imune celular dependente de linfócitos Th1, responsável pela defesa contra a LV. Isso é reforçado pela maior mortalidade em indivíduos co-infectados pelo HIV, os quais possuem a respectiva resposta celular comprometida. Além disso, a maior taxa de mortalidade em indivíduos com menor escolaridade se associa à possível vulnerabilidade socioeconômica desses indivíduos, o que dificulta o acesso aos serviços de saúde e os expõe ao vetor da LV. CONCLUSÃO: Dessa forma, revela-se a necessidade de prevenção à LV, principalmente nas camadas menos abastadas financeiramente, como nas favelas e comunidades urbanas, além da proteção aos mais debilitados imunologicamente, tais como os co-infectados pelo HIV, idosos e crianças, assim como o cuidado aos reservatórios canídeos para o controle dessa zoonose.

  • Palavras-chave
  • Leishmaniose Visceral, Epidemiologia, Brasil
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
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