Introdução: Com o avanço da tecnologia, os transplantes passaram de terapia experimental para escolha preferencial para pacientes com falência de órgãos. Para que ocorram efetivamente, é essencial a colaboração e aceitação da sociedade. A disparidade entre doadores e demanda resulta em longas listas de espera e aumento de mortes. O Ministério da Saúde do Brasil tem intensificado esforços para aumentar a oferta de órgãos e reduzir o tempo de espera. Este estudo visa analisar o panorama dos transplantes de órgãos na Região Norte do Brasil entre 2014 e 2023, destacando desafios e avanços. Casuística e Método: Este estudo de caráter transversal, descritivo e quantitativo, utilizou dados de transplantes de órgãos sólidos realizados no Brasil, com foco na Região Norte, entre 2014 e 2023. As fontes de dados incluem as Centrais Estaduais de Transplantes, o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), e o Registro Brasileiro de Transplantes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Resultados: Entre 2014 e 2023, foram realizados 82.559 transplantes de órgãos no Brasil, sendo 55.893 transplantes de rim (67.7%) e 18.346 de fígado (22.2%). Na Região Norte, foram realizados apenas 874 transplantes (1.06% do total nacional), dos quais 663 foram de rim e 69 de fígado. O número de transplantes na região aumentou significativamente de 47 em 2022 para 142 em 2023. No entanto, nenhum transplante de coração, pâncreas, pâncreas-rim, intestino isolado ou multivisceral foi realizado na região durante o período estudado. Em 2023, os Estados do Amapá, Rondônia e Tocantins não realizaram nenhum procedimento, enquanto o Pará liderou com 78 transplantes. Discussão: Os dados revelam uma desigualdade na distribuição de centros de transplantes no Brasil, concentrados principalmente nas regiões Sul e Sudeste. A Região Norte enfrenta desafios significativos, incluindo a ausência de centros credenciados para transplantes complexos como os de coração e pâncreas, e a necessidade de pacientes migrarem para outras regiões para receber tratamento. Essa disparidade resulta em dificuldades de acesso, acompanhamento pós-transplante e tratamento adequado, afetando negativamente a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes. Políticas recentes, como a Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e ao Transplante de Órgãos e Tecidos, visam mitigar essas desigualdades por meio de investimentos em formação contínua de profissionais e campanhas de conscientização. Conclusão: Embora a Região Norte tenha apresentado alguns avanços significativos nos transplantes de órgãos, os desafios permanecem substanciais. A baixa quantidade de transplantes, a carência de centros especializados e as dificuldades logísticas evidenciam a necessidade de políticas públicas mais efetivas e investimentos direcionados para melhorar a infraestrutura e o acesso aos serviços de transplante.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza