Acidente ofídico pelo gênero Bothrops: uma análise da situação epidemiológica na Região Norte entre os anos de 2021 e 2023.

  • Autor
  • Eloah Mourão Corrêa
  • Co-autores
  • Ana Beatriz Sanches Pureza Rabelo , Ana Carolina Carvalho de Assunção , Eduarda Araújo Cavalcante , Rafaela Gruppi Rodrigues
  • Resumo
  • Introdução: Os acidentes ofídicos representam um problema de saúde pública no Norte do Brasil, tendo em vista que áreas rurais e remotas de florestas tropicais, em geral caracterizadas pela pobreza e pelo subdesenvolvimento, são mais vulneráveis a elevação das taxas de morbidade e letalidade referentes a esses eventos. As serpentes peçonhentas do gênero Bothrops são protagonistas em 90% dos casos de mordedura de cobra e possuem mecanismos patológicos complexos. Ademais, o acidente botrópico é caracterizado por importantes manifestações locais e sistêmicas e, também, por graves complicações. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico do acidente botrópico, na Região Norte, de 2021 a 2023. Metodologia: Estudo seccional epidemiológico acerca dos Registros de Evento em Saúde Pública em relação aos acidentes ofídicos pelo gênero Bothrops entre as Unidades Federativas da Região Norte, no período de 2021 a 2023, utilizando os dados do Tabnet do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), abastecidos pelo Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), com as variantes ano, região e estadoResultados: O número de notificações de ataques por Bothrops sp. apresentou um padrão crescente no intervalo analisado, com 1 registro em 2021, 34 em 2022 e 8.269 em 2023. Em relação às Unidades Federativas do Norte, o Pará apresentou maior prevalência, com 4.683 notificações (56,39%), seguido pelo Amazonas com 1.460 (17,58%), Tocantins com 507 (6,10%) e Rondônia com 457 (5,50%). Os estados de menor relevância foram, respectivamente, o Acre, que contabilizou 353 (4,25%) notificações, Roraima com 414 (4,98%) e, por fim, Amapá, com 430 (5,17%). Discussão: Evidencia-se, então, a elevada prevalência de acidentes ofídicos causados por serpentes peçonhentas do gênero Bothrops na Região Norte, que por sua vez pode ser associada  principalmente à extensa zona rural e a vasta presença da Floresta Amazônica, um ambiente propício para o abrigo dos répteis em questão. Ademais, ao ser considerado um problema de saúde ocupacional das populações rurais e ribeirinhas, o acidente botrópico, em geral, é agravado pela presença de barreiras geográficas naturais, grandes extensões dos municípios, o que inviabiliza a chegada dos pacientes aos postos de saúde. Dessa forma, a distância significativa entre o local de envenenamento e a unidade de saúde configura-se, assim como a escassez de ampla distribuição de soros antiofídicos específicos, como um fator gerador de complicações e, por conseguinte, promotor das taxas de letalidade. Conclusão: Conclui-se que, os acidentes ofídicos por Bothrops sp. apresentam como principais empecilhos a pobreza e o subdesenvolvimento de áreas rurais e remotas de florestas tropicais, abundantes na Região Norte, sendo agravados pelo atraso no atendimento ao paciente. Assim, a crescente notificação desses ataques analisada entre os anos de 2021 e 2023 é um dado alarmante a ser compreendido em prol da saúde pública.

  • Palavras-chave
  • Acidente Ofídico, Bothrops, Epidemiologia
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

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Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

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Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

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