CULTURA, VULNERABILIDADE E SAÚDE MENTAL: O SUICÍDIO ENTRE INDÍGENAS BRASILEIROS

  • Autor
  • Ícaro Natan da Silva Moraes
  • Co-autores
  • Kelrilem Rainara Manos Cruz , Márcia Mayanne Almeida Bezerra , Vanessa Katiely Soares Mota Martins , Suane Amaral da Silva de Sá , Roney de Sá Ferreira , Thyago Rodrigues Paes , Ana Mariah Ferreira Paes , Rodrigo Freire Borges , Felipe Barata Amaral
  • Resumo
  • Introdução e Objetivo: O suicídio é um sério problema de saúde pública em escala global, especialmente entre jovens de 15 a 19 anos, sendo a terceira principal causa de morte nessa faixa etária. No Brasil, os povos indígenas enfrentam desafios únicos em relação à saúde mental. Nesse sentido, é crucial analisar as particularidades culturais que influenciam suas visões sobre a vida, morte e saúde, as quais diferem dos paradigmas predominantes na sociedade brasileira. Este estudo objetiva descrever a incidência, características e fatores associados ao suicídio entre os povos indígenas no Brasil. Casuística e Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e retrospectiva, com abordagem qualitativa. Foi realizada uma análise descritiva da mortalidade por suicídio na população indígena do Brasil, no período de 2015 a 2018, utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Resultados: No período de 2015 a 2018, foram registrados 47.873 óbitos por suicídio no Brasil, sendo 1,1% deles de indivíduos indígenas. Apesar do número absoluto de óbitos ser menor em comparação a outros grupos, a taxa de suicídio entre indígenas foi de 17,5 óbitos por 100 mil habitantes, 2,9 vezes superior à dos brancos e 3,1 vezes superior à dos negros. O método mais comum foi o enforcamento, utilizado em 89,4% dos casos. As regiões Centro-Oeste (com taxa de 35,6 por 100 mil habitantes) e Norte (24,1 por 100 mil habitantes) apresentaram as maiores taxas. A faixa etária mais afetada foi de 15 a 29 anos, representando 62% dos óbitos. Dentre os suicídios indígenas, 73,7% ocorreram entre homens. Discussão: Os povos indígenas enfrentam ameaças contínuas à preservação de seus territórios e saberes, o que os torna particularmente vulneráveis a diversos problemas, incluindo o suicídio. A complexidade dessa questão é acentuada pela singularidade cultural e estrutural dessas comunidades, que possuem visões únicas sobre saúde, doença, vida e morte. O perfil predominantemente jovem das vítimas de suicídio nesse contexto é especialmente preocupante. Os resultados destacam a urgência de políticas públicas específicas para melhorar a saúde mental indígena, abordando fatores como o consumo excessivo de álcool e drogas, o enfraquecimento da cultura tradicional, a desintegração das famílias, a falta de acesso à educação e ao mercado de trabalho, além das restrições territoriais. Intervenções eficazes devem ser sensíveis à diversidade cultural e integrar múltiplos setores de saúde do país. Conclusão: Destaca-se a urgência de ampliação de políticas de saúde mental específicas para populações indígenas, considerando suas particularidades étnicas e culturais. Além disso, é crucial promover mais pesquisas que incluam diversas etnias para compreender o suicídio de acordo com as concepções desses povos. Estudos adicionais são fundamentais para uma compreensão mais profunda dos fatores subjacentes e para o desenvolvimento de estratégias de prevenção mais eficazes. 

  • Palavras-chave
  • Saúde Mental, Suicídio, População Indígena, Saúde de Populações Indígenas.
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

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Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

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Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza