Introdução e Objetivo: O suicídio é um sério problema de saúde pública em escala global, especialmente entre jovens de 15 a 19 anos, sendo a terceira principal causa de morte nessa faixa etária. No Brasil, os povos indígenas enfrentam desafios únicos em relação à saúde mental. Nesse sentido, é crucial analisar as particularidades culturais que influenciam suas visões sobre a vida, morte e saúde, as quais diferem dos paradigmas predominantes na sociedade brasileira. Este estudo objetiva descrever a incidência, características e fatores associados ao suicídio entre os povos indígenas no Brasil. Casuística e Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e retrospectiva, com abordagem qualitativa. Foi realizada uma análise descritiva da mortalidade por suicídio na população indígena do Brasil, no período de 2015 a 2018, utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Resultados: No período de 2015 a 2018, foram registrados 47.873 óbitos por suicídio no Brasil, sendo 1,1% deles de indivíduos indígenas. Apesar do número absoluto de óbitos ser menor em comparação a outros grupos, a taxa de suicídio entre indígenas foi de 17,5 óbitos por 100 mil habitantes, 2,9 vezes superior à dos brancos e 3,1 vezes superior à dos negros. O método mais comum foi o enforcamento, utilizado em 89,4% dos casos. As regiões Centro-Oeste (com taxa de 35,6 por 100 mil habitantes) e Norte (24,1 por 100 mil habitantes) apresentaram as maiores taxas. A faixa etária mais afetada foi de 15 a 29 anos, representando 62% dos óbitos. Dentre os suicídios indígenas, 73,7% ocorreram entre homens. Discussão: Os povos indígenas enfrentam ameaças contínuas à preservação de seus territórios e saberes, o que os torna particularmente vulneráveis a diversos problemas, incluindo o suicídio. A complexidade dessa questão é acentuada pela singularidade cultural e estrutural dessas comunidades, que possuem visões únicas sobre saúde, doença, vida e morte. O perfil predominantemente jovem das vítimas de suicídio nesse contexto é especialmente preocupante. Os resultados destacam a urgência de políticas públicas específicas para melhorar a saúde mental indígena, abordando fatores como o consumo excessivo de álcool e drogas, o enfraquecimento da cultura tradicional, a desintegração das famílias, a falta de acesso à educação e ao mercado de trabalho, além das restrições territoriais. Intervenções eficazes devem ser sensíveis à diversidade cultural e integrar múltiplos setores de saúde do país. Conclusão: Destaca-se a urgência de ampliação de políticas de saúde mental específicas para populações indígenas, considerando suas particularidades étnicas e culturais. Além disso, é crucial promover mais pesquisas que incluam diversas etnias para compreender o suicídio de acordo com as concepções desses povos. Estudos adicionais são fundamentais para uma compreensão mais profunda dos fatores subjacentes e para o desenvolvimento de estratégias de prevenção mais eficazes.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza