A microcefalia como repercussão neurológica da infecção por Zika vírus: uma análise epidemiológica dos últimos 10 anos na Região Norte.

  • Autor
  • Eloah Mourão Corrêa
  • Co-autores
  • Monyque Pinheiro Charchar , Rafaela Gruppi Rodrigues , Jackson Cordeiro Lima
  • Resumo
  • Introdução: A microcefalia é uma complicação do desenvolvimento neurológico anormal, caracterizada pela redução do tamanho cefálico. Essa condição está associada à exposição gestacional ao Zika vírus (ZV), uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito Aedes. Assim, dados sobre a prevalência de microcefalia na Região Norte são relevantes para a compreensão do impacto dessa repercussão na saúde pública. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da microcefalia, na Região Norte, de 2015 a 2023. Métodos: Realizou-se uma análise dos dados disponíveis acerca dos Registros de Evento em Saúde Pública em relação a frequência de notificação de microcefalia entre as Unidades Federativas de residência da Região Norte, considerando o intervalo de 2015 a 2023. Também foram utilizados os dados do Tabnet do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), abastecidos pelo Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Resultados: No período analisado foram registradas 1.444 notificações de microcefalia na Região Norte, sendo a maior incidência no Tocantins, com 53,25% casos, seguido por Amazonas, com 13,43% e pelo Pará, com 169 11,70%. Neste período, o ano com maior número de casos foi 2016, com 35,66%, seguido por 2017, com 16,34%, seguindo uma reta decrescente até 2022, com 5,88%. Em 2023, foi possível identificar uma mudança nesse padrão minguante com um aumento de notificações por microcefalia, contabilizando 5,95% dos casos. Discussão: Estima-se que introdução do ZV no Brasil aconteceu por volta de 2013, mas somente no ano de 2016 foi observado um aumento inesperado do número de casos de microcefalia, podendo estar associada a uma baixa cobertura da vigilância sanitária e atenção à saúde entre as três esferas de gestão do SUS, com aumento da proliferação do agente etiológico, foi possível estabelecer a associação do acometimento de gestantes por ZV e o desenvolvimento da microcefalia. Dentre os estados da Região Norte, Tocantins apresentou o maior número de registros, seguido por Amazonas e Pará. As menores taxas os estados de Rondônia, Acre, Roraima e Amapá. Isso demonstra a evolução das dificuldades no controle vetorial, deficiências nas ações voltadas ao planejamento familiar, bem como falhas na atenção materno-infantil, além de adversidades, aliadas às marcantes desigualdades que caracterizam o país, contribuíram para que a infecção por ZV se tornassem males endêmicos que atingem principalmente famílias pobres, residentes nas regiões menos desenvolvidas. Conclusão: Em suma, esse estudo evidencia a necessidade de atenção à população vulnerável a infecção pelo ZV, em especial as gestantes. Tal atenção, deve abranger a mitigação das disparidades socioeconômicas enfrentadas pela população, que prejudicam a qualificação de estratégias de saúde e aumentam a exposição de porções mais pobres da sociedade a doenças endêmicas e suas repercussões, tomando como exemplos a dengue e a microcefalia.

  • Palavras-chave
  • Epidemiologia, Microcefalia, Zika vírus
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
Voltar

É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.

Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

A Comissão Científica

  • Telemedicina
  • Direito Médico
  • Medicina do Esporte
  • Políticas Públicas em Saúde
  • Gestão e Sustentabilidade em Saúde
  • Epidemias Globais
  • Inovações Tecnológicas em Saúde
  • Evolução dos Fármacos
  • Educação Financeira
  • Cooperativismo

Comissão Organizadora

Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente

Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra

 

Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva

Dr. Francisco Eratóstenes da Silva

Dr. Heryvelton Lima de Freittas

Dra. Brenda Faccio dos Santos

Dr. Otávio Guilhon

Dra. Ana Claudia Santana

Dr. Juciland de Sena Gama

Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo

Dr. José Roberto

Dra. Valéria Barbosa Pontes

 

Comissão Científica

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Lauro José Barata de Lima

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Marianne Rodrigues Fernandes

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza

Eric Homero Albuquerque Paschoal

 

Comissão Avaliadora

David José Oliveira Tozetto 

Diana Albuquerque Sato

Dirceu Cavalcanti Rigoni

Eric Homero Albuquerque Paschoal

Janari da Silva Pedroso

Juliana de Araújo Borges Ferreira

Lauro José Barata de Lima

Luiz Felipe Santiago Bittencourt

Maria de Fátima Guimarães Couceiro

Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza