Análise temporal da hipocalemia decorrente o uso da Anfotericina B em pacientes hospitalizados com meningoencefalite criptocócica

Análise temporal da hipocalemia decorrente o uso da Anfotericina B em pacientes hospitalizados com meningoencefalite criptocócica

• Autor
• Alan Barroso Araújo Grisólia
• Co-autores
• Vinicius da Rosa Silva Balieiro , Lívia Bessa
• Resumo

• Introdução e Objetivo; As doenças infecciosas causadas por fungos estão sendo apontadas como um agravante na prática clínica atual. Possuem um tratamento difícil, que comumente demandam longos períodos de farmacoterapia, aumentando o risco de reações adversas. Apesar de essas reações serem bem estudadas na literatura, a região amazônica carece de informações. Destaca-se a criptococose, uma infecção grave tratada com Anfotericina B desoxicolato (Anf-B), que permanece inserida na prática clínica por mais de seis décadas, sendo considerada primeira escolha para tratar pacientes nessas condições. Porém, seu uso pode resultar em efeitos adversos graves devido sua alta toxicidade. Assim, objetivo foi identificar reações adversas no uso de Anfotericina B desoxicolato em pacientes com meningoencefalite criptocócica e relacionar sua ocorrência com variável tempo de tratamento. Casuística e Método; Estudo do tipo coorte retrospectivo, com abordagem quantitativa. Aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da HUJBB, (número parecer CEP: 4.951.726), consoante os critérios presente na Resolução n°466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde. Realizado pela análise de prontuários e prescrições medicamentosas. Foram coletadas as variavéis: identificação do paciente, tempo de tratamento, idade, indicação terapêutica, posologia, foram considerados reações adversas identificadas clínicamente e laboratorialmente. Para análise de variáveis categóricas foi usado o teste de qui-quadrado. Para avaliar desfecho óbito ou alta/transferência, foi usado as curvas de sobrevivência, metodologia de Kaplen-Meier e  teste de long-rank. O terceiro teste aplicado foi o teste de regressão linear simples, com objetivo de se obter equação da regressão. Resultados: A reações adversas de maior prevalência foi a hipocalemia (em quase 90 % dos pacientes), a qual mostrou relação dose resposta inversamente proporcional com R=0,7660 e permitiu obter equação da regressão. Realizou-se uma projeção do nível de potássio plasmático em função da dose total de Anfotericina B em uma competência de oito dias. Discussão; A análise indicou risco de ocorrência de hipocalemia no terceiro dia de tratamento, e quando não revertida com reposição de potássio, no sétimo dia pode ocorrer sintomas relacionados ao distúrbio eletrolítico. Ressalta-se que a disfunção renal não foi uma variável preditora para letalidade, foi montada a tabela de contingência e aplicado o teste de qui-quadrado, não houve diferença estatística significativa, p= 0,4085, análise Kaplan-Meier confirmou esse achado, pois não houve diferença (p= 0,6685). Conclusão: Apesar das alterações renais não se mostrarem preditora para letalidade, esses achados mostram a necessidade de mais ações de farmacovigilância, em decorrência de elevada prevalência e da manifestação breve de hipocalemia.

• Palavras-chave
• hipocalemia, Anfotericina B, meningoencefalite criptocócica, reação adversa
• Área Temática
• Epidemias Globais