Tendência Temporal das Taxas de Incidência por Tuberculose e sua relação com indicadores socioeconômicos no Pará: Estudo Ecológico, 2013-2022.

  • Autor
  • Francisco Cleiton de Queiroz Batista
  • Co-autores
  • Paulo Afonso Oliveria Gomes , Ryane Oliveira Neves , Clebson Pantoja Pimentel , Ícaro Natan da Silva Moraes , Adonis de Melo Lima
  • Resumo
  • Introdução e objetivo: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta, principalmente, os pulmões. É considerada um problema de saúde pública mundial, em especial em regiões subdesenvolvidas, como o Estado do Pará, no qual as situações de vulnerabilidade social elevada influenciam diretamente nas taxas de incidência da doença . Este estudo objetiva relacionar a incidência de TB no Pará com os dados do IDH e IVS. Casuística e Método: Foram utilizados dados do SINAN-DATASUS, acerca das taxas de incidência de tuberculose, no período de 2013 a 2022, no Pará. Comparou-se tais dados com os valores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) no mesmo período, obtidos através do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Atlas de Vulnerabilidade socioeconômica, respectivamente. Resultados: Os dados obtidos demostraram incidências que variam de 47,83 casos por 100 mil habitantes (menor incidência em 2015) a 72,06 casos por 100 mil habitantes (maior incidência em 2022). Os valores do IDH do Brasil foram de 0,750 (menor valor em 2013) e 0,766 (maior valor em 2019). No Pará, observou-se que o menor IDH foi 0,671 (2013) e o maior foi 0,719 (2020), os dados de IVS no Estado apresentou o menor índice em 2020 (0,265) e o maior em 2013 (0,339). Discussão: A análise dos dados revelou que, embora o IDH tenha melhorado ao longo dos anos no Brasil e no Pará, a incidência de TB aumentou significativamente. Isso sugere que o aumento do IDH, apesar de importante, não é suficiente para reduzir as taxas de TB. O IDH mais baixo do Pará em comparação ao Nacional indica desigualdades regionais que afetam a eficácia das políticas de saúde. Além disso, a elevada distribuição da tuberculose na região paraense, parece ter relação com a vulnerabilidade social encontrada no estado, tal fato associa-se diretamente com o perfil de saúde e com a prevalência e transmissão de doenças negligenciadas, já que a TB acomete com maior prevalência grupos com condições precárias de vida. Assim, além do avanço no IDH e IVS, são necessários investimentos em saúde pública, focando em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado para redução da estatística e assim alcançar as metas preconizadas pela OMS. Conclusão: A partir dos dados discutidos, os indicadores negativos na média dos últimos dez anos da doença no estado do Pará estão diretamente relacionados com os índices de desigualdade social, facilitando a circulação do microorganismo na população brasileira mais vulnerável, no qual apesar de pequenas melhorias no IDH e IVS não necessariamente se traduzem em uma redução nas taxas de incidência de doenças. Portanto, esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas integradas que considerem tanto o desenvolvimento socioeconômico quanto a saúde pública como elementos interdependentes para promoção de uma sociedade mais saudável e equilibrada.

  • Palavras-chave
  • IDH, Índice de vulnerabilidade social, Incidência, Tuberculose
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

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Boa leitura!

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