Introdução e objetivo: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta, principalmente, os pulmões. É considerada um problema de saúde pública mundial, em especial em regiões subdesenvolvidas, como o Estado do Pará, no qual as situações de vulnerabilidade social elevada influenciam diretamente nas taxas de incidência da doença . Este estudo objetiva relacionar a incidência de TB no Pará com os dados do IDH e IVS. Casuística e Método: Foram utilizados dados do SINAN-DATASUS, acerca das taxas de incidência de tuberculose, no período de 2013 a 2022, no Pará. Comparou-se tais dados com os valores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) no mesmo período, obtidos através do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Atlas de Vulnerabilidade socioeconômica, respectivamente. Resultados: Os dados obtidos demostraram incidências que variam de 47,83 casos por 100 mil habitantes (menor incidência em 2015) a 72,06 casos por 100 mil habitantes (maior incidência em 2022). Os valores do IDH do Brasil foram de 0,750 (menor valor em 2013) e 0,766 (maior valor em 2019). No Pará, observou-se que o menor IDH foi 0,671 (2013) e o maior foi 0,719 (2020), os dados de IVS no Estado apresentou o menor índice em 2020 (0,265) e o maior em 2013 (0,339). Discussão: A análise dos dados revelou que, embora o IDH tenha melhorado ao longo dos anos no Brasil e no Pará, a incidência de TB aumentou significativamente. Isso sugere que o aumento do IDH, apesar de importante, não é suficiente para reduzir as taxas de TB. O IDH mais baixo do Pará em comparação ao Nacional indica desigualdades regionais que afetam a eficácia das políticas de saúde. Além disso, a elevada distribuição da tuberculose na região paraense, parece ter relação com a vulnerabilidade social encontrada no estado, tal fato associa-se diretamente com o perfil de saúde e com a prevalência e transmissão de doenças negligenciadas, já que a TB acomete com maior prevalência grupos com condições precárias de vida. Assim, além do avanço no IDH e IVS, são necessários investimentos em saúde pública, focando em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado para redução da estatística e assim alcançar as metas preconizadas pela OMS. Conclusão: A partir dos dados discutidos, os indicadores negativos na média dos últimos dez anos da doença no estado do Pará estão diretamente relacionados com os índices de desigualdade social, facilitando a circulação do microorganismo na população brasileira mais vulnerável, no qual apesar de pequenas melhorias no IDH e IVS não necessariamente se traduzem em uma redução nas taxas de incidência de doenças. Portanto, esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas integradas que considerem tanto o desenvolvimento socioeconômico quanto a saúde pública como elementos interdependentes para promoção de uma sociedade mais saudável e equilibrada.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza