A FEBRE AMARELA NO ESTADO DO PARÁ E A INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS

  • Autor
  • Yasmin Pacheco Ribeiro
  • Co-autores
  • Juarez Antônio Simões Quaresma , Tinara Leila de Souza Aarão
  • Resumo
  • Introdução e Objetivo: As mudanças climáticas e ambientais, assim como as ações antrópicas sobre o meio ambiente induzem alterações no mecanismo de transmissão de doenças. A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda, causada pelo vírus da Febre Amarela (YFV). Desde 1942 não são registrados casos de FA urbana no Brasil, no entanto a forma silvestre é endêmica nas regiões Norte e Centro-Oeste e no estado do Maranhão. O estudo objetiva investigar a influência de fatores ambientais no aumento do número de casos de FA no Estado do Pará no período de 2012 a 2022. Casuística e Método: Trata-se de estudo ecológico descritivo que buscou verificar possíveis associações entre ocorrência de FA e variáveis ambientais. A área de estudo selecionada foi o Estado do Pará, em um intervalo de tempo de 2012 a 2022. A coleta de dados sobre o número de casos de FA foi realizada no Sistema de informação de agravos notificados do Ministério da Saúde (SINAN TABNET). Os dados ambientais foram coletados nas bases de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Os dados foram tabulados em planilha do programa Excel 2016, posteriormente foi realizada uma análise descritiva associando os fatores ambientais em relação aos casos confirmados de FA. Resultados: O Estado do Pará apresentou no ano de 2017 o maior número de casos de FA em humanos (n= 8). Todos os casos foram em pacientes de sexo masculino com idade variando de 10 a 23 anos, com um percentual de mortalidade de aproximadamente 47,36%. Nesse mesmo observamos que o percentual de atendimento de esgotamento sanitário (12,29%) e coleta de resíduos sólidos (77,15%) apresentaram piores desempenhos, assim como houve um aumento da intensidade de focos de calor (49.413) e focos ativos de queimadas (49.770) em comparação aos outros anos com registro de casos de FA. Discussão: Esse grande número de casos em pacientes do sexo masculino no Estado do Pará pode ser relacionado as atividades laborais desse grupo populacional, influenciando a entrada e/ou proximidade a áreas florestais (ex. pecuária e agricultura), facilitando a exposição aos vetores e hospedeiros da FA. Em relação aos dados ambientais analisados, dados prévios associam a precariedade do saneamento ambiental de uma área à presença de criadouros de vetores do YFV, viabilizando a disseminação da doença. A degradação de habitats naturais, pelo desmatamento e queimadas, favorece a proximidade da população humana às áreas florestais ou fragmentos de mata, consequentemente aumentando o risco de exposição ao YFV. Conclusão: O Estado do Pará apresentou uma alta prevalência para os casos de FA no ano de 2017 e nesse mesmo ano o Estado apresentou piores desempenhos no atendimento de esgotamento sanitário e coleta de resíduos sólidos, assim como um aumento da intensidade de focos de calor e focos ativos de queimadas.

  • Palavras-chave
  • Saúde Pública, Arbovírus, Zoonoses
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".

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Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.

Boa leitura!

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