Introdução e Objetivo: As políticas de saúde mental na Amazônia devem ser articuladas para abarcar as múltiplas particularidades dos povos indígenas, pois seus aspectos culturais e sociais devem ser levados em consideração para uma conduta terapêutica eficiente que vise a redução do sofrimento psicossocial, sendo a equidade a principal ferramenta na abordagem em saúde mental. O objetivo da pesquisa foi realizar uma revisão integrativa investigando os desafios e estratégias para a implementação de políticas de saúde mental em comunidades indígenas da Amazônia. Casuística e Método: Fez-se a seleção dos artigos pela base de dados: Pubmed e Google Scholar, com os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) usando-se os termos: “Saúde Mental”, “Políticas Públicas” e “Povos Indígenas”. Como critérios de inclusão, admitiram-se artigos em português, publicados nos últimos 10 anos e com acesso gratuito. Artigos em língua estrangeira foram o critério de exclusão. Dos artigos inclusos, selecionaram-se os 5 mais relevantes para descrever a temática. Resultados: As pesquisas revelaram que a dificuldade de acesso à saúde mental dos indígenas é nítida diante das ameaças ao seu cenário cultural e da ineficaz estratégia de saúde pública. Os prejuízos incluem tristeza, depressão, estresse, ansiedade, medo e ideação suicida, estando ligados a grandes projetos que levam à expropriação de terras indígenas e agravados pela falta de infraestrutura de comunicação, desconhecimento dos saberes tradicionais e falta de treinamento dos profissionais de saúde. Discussão: Para MOTA, Natália Scigliano et al., os povos indígenas são mais expostos a fatores de risco psicossociais do que não indígenas, que corrobora a pesquisa de DOS SANTOS DE ARAÚJO, L. L. et al., que considera o investimento em políticas públicas de saúde, visando a saúde mental de comunidades indígenas, um fator de prevenção aos agravos psicossociais. FREITAS, Fernanda Pereira de Paula et al., citam a falta de conteúdos sobre a saúde indígena nas grades curriculares do curso de medicina. LOPES, Danilo Cleiton et al, o essencial à capacitação profissional é a aprendizagem e a construção de conhecimentos tradicionais indígenas, para a formação de profissionais não indígenas, também preconizado por WAYHS, Ana Clara Dorneles et al. que entendem que o profissional tenha um olhar acolhedor sobre o sofrimento psíquico, valorizando a interculturalidade e a necessidade de cuidados específicos conforme os costumes e crenças de cada etnia. Conclusão: O estudo revelou que as políticas de saúde mental em comunidades indígenas da Amazônia ainda são deficientes e sofrem desafios significativos, sobretudo na adequação cultural. A vulnerabilidade a fatores de risco psicossociais demanda políticas preventivas e capacitação de profissionais de saúde, que primem pelos conhecimentos tradicionais indígenas, sendo a abordagem intercultural essencial para uma assistência eficaz e equitativa a promover o bem-estar dessas populações.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza