Análise Espacial e Socioeconômica da Incidência de Dengue no Estado do Pará: Identificação de Áreas de Risco

  • Autor
  • Giordana Teixeira da Silva Profeti
  • Co-autores
  • Bárbara Vitória Amorim Pinto , Bruno Vinícius da Silva Pinheiro
  • Resumo
  • Introdução e Objetivo: A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos que representa um problema significativo de saúde pública no Brasil, especialmente em áreas tropicais como o estado do Pará. Fatores socioeconômicos, incluindo densidade populacional e condições de moradia (porcentagem de moradias sem rede de esgoto e sem coleta de lixo), podem influenciar a distribuição e a incidência da doença. Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre as taxas de incidência de dengue e variáveis socioeconômicas, bem como identificar áreas de risco no Pará. Casuística e Método: Os dados epidemiológicos sobre a dengue, entre 2019 e 2023, foram obtidos do DATASUS. Dados socioeconômicos foram extraídos do censo do IBGE de 2022. Análises espaciais e estatísticas foram conduzidas usando a linguagem R e pacotes como sp, rgdal, spdep. Mapas coropléticos foram gerados para visualizar a distribuição espacial da incidência de dengue. Modelagem de regressão espacial foi utilizada para incorporar a dependência espacial dos dados. Mapas de risco foram elaborados integrando dados epidemiológicos e socioeconômicos. Resultados: A análise espacial revelou uma distribuição heterogênea das taxas de incidência de dengue no Pará, com áreas de alto risco concentradas principalmente nas regiões sudeste e em alguns municípios isolados. A regressão espacial indicou que, embora a densidade demográfica e as condições de moradia não tenham sido significativamente associadas à incidência de dengue (p > 0.05), a dependência espacial (Rho = 0.22955, p = 0.046083) foi relevante. Isso sugere que a incidência de dengue em um município é influenciada pela incidência nos municípios vizinhos. Os mapas de risco mostraram áreas prioritárias para intervenção, destacando regiões com alto risco de dengue. Discussão: Os resultados indicam que a dengue no Pará é influenciada por fatores espaciais, com forte autocorrelação espacial, mas as variáveis socioeconômicas analisadas não apresentaram associações importantes. Este achado contrasta com estudos prévios que identificaram correlações entre condições socioeconômicas e incidência de dengue em outras regiões do país. A variação geográfica na distribuição da dengue pode ser afetada por fatores locais específicos, como práticas de controle vetorial e características ambientais não capturadas pelas variáveis analisadas. Conclusão: Este estudo destaca a importância da análise espacial para a compreensão da distribuição da dengue no Pará e a identificação de áreas de alto risco. Embora não tenham sido encontradas associações significativas com as variáveis socioeconômicas, a dependência espacial detectada sugere que estratégias de controle e prevenção devem considerar a proximidade geográfica e as características locais dos municípios. Políticas públicas devem ser direcionadas para áreas identificadas como de alto risco, com intervenções focadas em práticas de controle vetorial e melhoria das condições ambientais.

  • Palavras-chave
  • Análise espacial, Análise socioeconômica, Dengue
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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