Introdução: Os acidentes por animais peçonhentos no Brasil tornam-se preocupantes, uma vez que têm apresentado um crescente aumento no país e por constituir a principal causa de intoxicação humana. Esse processo ocorre porque esses animais expõem às vítimas ao seu veneno, o qual acomete o corpo de maneira local ou sistêmica. Assim, esses acidentes tratam-se de um problema de saúde pública nacional e regional, sendo de extrema importância sua análise epidemiológica. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos na região Norte entre janeiro de 2019 a dezembro de 2023. Método: Trata-se de um estudo transversal descritivo, elaborado por meio da análise de dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A consulta foi realizada por intermédio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, que considerou as seguintes variáveis: estados com maior prevalência, tipo de acidente, sexo e faixa etária. Resultados: Foram registradas 112.692 acidentes por animais peçonhentos na região Norte entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023, sendo 2023 o período que apresentou maior número de casos(N=24.705/21,92%) e 2020 o ano com menos registros (N=20.906/18,5%). A maior prevalência foi observada no estado do Pará (N=47.929/42,53%). Quanto ao tipo de acidente, predominou os cometidos por serpente(N=52.977/47,01%), seguido por escorpião(N=31.228/27,71%) e, em relação ao sexo mais acidentado, prevaleceu o masculino (N=78.233/69,42%). No que tange à classificação, foram registrados como graves 3.961casos, os quais representam 3,51% do total de acidentes por animais peçonhentos. Discussão: Nesse sentido, pode-se inferir o acentuado número de notificações de 2021 a 2023 relacionados aos acidentes por animais peçonhentos, os quais podem estar associados a um contexto ecológico desequilibrado e ao crescimento urbano não planejado, aspectos que favorecem a sobreposição de ambientes ocupados pelos homens por esses animais, uma vez que esses buscam abrigo e nutrição nos espaços urbanos. O elevado número de casos no estado do Pará pode se relacionar ao fato de que é o estado que possui uma vasta extensão de floresta amazônica, cujo espaço é o habitat natural desses animais e é alvo de constantes práticas de desmatamento. No que diz respeito ao sexo masculino ser mais acometido, tal situação pode se relacionar ao comportamento desse grupo em realizar mais atividades de trabalho ao ar livre e, assim, torna-se mais exposto. Os acidentes que são classificados como agravados podem representar uma certa negligência com essa problemática, no que tange ao fornecimento de cuidados médicos tardios. Conclusão: Portanto, é importante elaborar medidas para prevenir os acidentes por animais peçonhentos e possibilitar condultas médicas eficazes, a fim de garantir maior proteção à saúde da população, tendo em vista a possibilidade da redução tanto da ocorrência desses acidentes quanto de quadros clínicos agravados.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza