Introdução e Objetivo: O sarampo é uma doença infectocontagiosa causada pelo vírus do gênero Morbillivirus. Apesar de geralmente evoluir de forma autolimitada, pode levar a complicações graves e até ao óbito. Atualmente, não há um tratamento especifico para essa patologia, tornando a vacinação a alternativa mais eficaz de combate. Assim, nacionalmente, os serviços públicos disponibilizam duas vacinas para proteção contra o sarampo: vacina tríplice viral e tetra viral. Contudo, em 2019, após períodos de surtos da doença, o Brasil perdeu o certificado de “país livre do sarampo”. O objetivo deste estudo é analisar a incidência e mortalidade por sarampo no Brasil correlacionando com a redução da cobertura vacinal (CV) entre 2016 a 2020. Casuística e Método: Estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo. Os dados sobre casos confirmados e óbitos por sarampo possuem como fonte de registro os Sistema de Vigilância em Saúde Ambiental (SVSA) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), respectivamente. As informações sobre a cobertura das vacinas tetra viral e tríplice viral foram obtidas do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Resultados: Entre 2016 e 2020, confirmaram-se 38.326 casos de sarampo no Brasil. Não houve casos e óbitos em 2016 e 2017; em 2018 ocorreram 9.325 casos e 12 óbitos; em 2019, 20.901 casos e 16 óbitos; e em 2020, 8.100 casos e 10 óbitos, evidenciando notável ressurgimento do sarampo no período em questão. Em 2019, a região Sudeste (18.426) liderou os casos confirmados, seguida pelas regiões Sul (1.468), Nordeste (572), Norte (410) e Centro-oeste (25). Dos 16 óbitos registrados nesse ano por sarampo, 14 ocorreram na região Sudeste, 1 no Nordeste e 1 no Norte. Paralelamente a isso, a análise da CV contra o sarampo revelou uma tendência de redução em todas as regiões geográficas ao longo do quinquênio estudado. A cobertura da vacina tetra viral caiu de 79,04% em 2016 para 21,01% em 2020; a tríplice viral reduziu de 95,41% para 80,88% no mesmo período. Discussão: A meta de vacinação contra o sarampo é de no mínimo 95%. Contudo, a hesitação vacinal, definida pela Organização Mundial da Saúde como uma das 10 maiores ameaças globais à saúde pública, resulta de fatores como baixa percepção de risco das doenças imunopreviníveis, dificuldade de acesso aos serviços de vacinação no horário de atendimento habitual e receio de reações adversas. Outros estudos apontam também que a pandemia do Covid-19 e o fenômeno das “Fake News” também contribuíram em partes para a redução da cobertura vacinal. Conclusão: A manutenção da cobertura vacinal é crucial para prevenir a reemergência do sarampo. É necessário o recrudescimento de políticas públicas com foco na educação em saúde, fortalecimento dos serviços públicos de imunização e combate às disparidades regionais nas taxas de vacinação.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza