COBERTURA VACINAL E REEMERGÊNCIA DE SARAMPO NO BRASIL: ANÁLISE DE 2016 A 2020

  • Autor
  • Márcia Mayanne Almeida Bezerra
  • Co-autores
  • Ícaro Natan da Silva Moraes , Débora Evelyn Ferreira Silva , Dilson Raimundo Gomes Pinheiro Neto , Gabriela de Lima Melo , Maria Clara Coelho Monteiro , José Henrique Santos Silva , Jessica Bruna Gomes Teixeira , Francisco Cleiton de Queiroz Batista , Clebson Pantoja Pimentel
  • Resumo
  • Introdução e Objetivo: O sarampo é uma doença infectocontagiosa causada pelo vírus do gênero Morbillivirus. Apesar de geralmente evoluir de forma autolimitada, pode levar a complicações graves e até ao óbito. Atualmente, não há um tratamento especifico para essa patologia, tornando a vacinação a alternativa mais eficaz de combate. Assim, nacionalmente, os serviços públicos disponibilizam duas vacinas para proteção contra o sarampo: vacina tríplice viral e tetra viral. Contudo, em 2019, após períodos de surtos da doença, o Brasil perdeu o certificado de “país livre do sarampo”. O objetivo deste estudo é analisar a incidência e mortalidade por sarampo no Brasil correlacionando com a redução da cobertura vacinal (CV) entre 2016 a 2020. Casuística e Método: Estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo. Os dados sobre casos confirmados e óbitos por sarampo possuem como fonte de registro os Sistema de Vigilância em Saúde Ambiental (SVSA) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), respectivamente. As informações sobre a cobertura das vacinas tetra viral e tríplice viral foram obtidas do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Resultados: Entre 2016 e 2020, confirmaram-se 38.326 casos de sarampo no Brasil. Não houve casos e óbitos em 2016 e 2017; em 2018 ocorreram 9.325 casos e 12 óbitos; em 2019, 20.901 casos e 16 óbitos; e em 2020, 8.100 casos e 10 óbitos, evidenciando notável ressurgimento do sarampo no período em questão. Em 2019, a região Sudeste (18.426) liderou os casos confirmados, seguida pelas regiões Sul (1.468), Nordeste (572), Norte (410) e Centro-oeste (25). Dos 16 óbitos registrados nesse ano por sarampo, 14 ocorreram na região Sudeste, 1 no Nordeste e 1 no Norte. Paralelamente a isso, a análise da CV contra o sarampo revelou uma tendência de redução em todas as regiões geográficas ao longo do quinquênio estudado. A cobertura da vacina tetra viral caiu de 79,04% em 2016 para 21,01% em 2020; a tríplice viral reduziu de 95,41% para 80,88% no mesmo período. Discussão: A meta de vacinação contra o sarampo é de no mínimo 95%. Contudo, a hesitação vacinal, definida pela Organização Mundial da Saúde como uma das 10 maiores ameaças globais à saúde pública, resulta de fatores como baixa percepção de risco das doenças imunopreviníveis, dificuldade de acesso aos serviços de vacinação no horário de atendimento habitual e receio de reações adversas. Outros estudos apontam também que a pandemia do Covid-19 e o fenômeno das “Fake News” também contribuíram em partes para a redução da cobertura vacinal. Conclusão: A manutenção da cobertura vacinal é crucial para prevenir a reemergência do sarampo. É necessário o recrudescimento de políticas públicas com foco na educação em saúde, fortalecimento dos serviços públicos de imunização e combate às disparidades regionais nas taxas de vacinação.

  • Palavras-chave
  • Epidemia global; Sarampo; Reemergência; Cobertura vacinal; Tríplice viral, Tetra viral
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
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Boa leitura!

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