Instituição: Universidade do Estado do Pará.
Introdução: A AIDS é a fase mais avançada da infecção pelo HIV, que ataca e enfraquece o sistema imunológico, aumentando a vulnerabilidade a doenças como tuberculose e certos tipos de câncer. Por possuir caráter venéreo, é de suma importância o comportamento sexual, que tem impacto direto na incidência, e é influenciado pelo gênero. Objetivo: Analisar as diferenças que tangem o fator do gênero nas pessoas infectadas por HIV sob os diagnóstico e notificação na região metropolitana de Belém de 2019 a 2023 presentes no estudo. Método e Casuística: Trata-se de um estudo descritivo e transversal, a partir de dados do MS/SVSA/Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi). Foi-se baseado nos dados: sexo, ano e exposição do número de casos por variável. Resultados: A distribuição dos casos por gênero mostra uma predominância masculina, com 3.117 casos em homens contra 1.260 em mulheres, e a parcela masculina de infectados correspondeu a mais que o dobro da parcela feminina em todos os anos analisados. Discussão: A diferenciação sexual na contaminação por AIDS é um tema que merece uma análise crítica profunda, considerando as nuances biológicas, comportamentais e socioculturais que influenciam a vulnerabilidade ao HIV. A prevalência do HIV/AIDS entre homens e mulheres não pode ser atribuída a um único fator, mas sim a uma confluência de elementos que interagem de maneira complexa. Biologicamente, as mulheres estão em maior risco de contrair o HIV durante relações sexuais heterossexuais desprotegidas, devido a uma área de exposição mucosa maior e a possibilidade de microlesões durante o ato sexual. Além disso, a presença de outras ISTs pode aumentar significativamente o risco de transmissão do HIV, e as mulheres têm uma tendência maior a um diagnóstico tardio de ISTs, a manifestação lesiva de início interno, que atrasa a auto suspeita, e o estigma na procura por testagem ou tratamento. Nesse sentido, do ponto de vista sociocultural, o estigma associado ao HIV/AIDS pode ter um impacto desproporcional sobre as mulheres, especialmente aquelas que pertencem a grupos marginalizados, como profissionais do sexo e usuárias de drogas. Quantos aos homens, a masculinidade hegemônica pode desencorajar a procura por serviços de saúde e adoção de comportamentos preventivos, associando erroneamente tais práticas à fraqueza. Isso pode resultar em diagnósticos tardios e em uma maior disseminação do vírus entre seus parceiros, junto de uma maior expressividade de subnotificação. Conclusão: A análise dos dados apresentados revela uma complexa disparidade de gênero que influencia na contaminação por HIV/AIDS. É imperativo que as estratégias de prevenção e tratamento sejam sensíveis ao gênero e abordem as desigualdades estruturais que perpetuam a vulnerabilidade, especialmente entre os homens, sempre considerando aspectos múltiplos, como a orientação e prática sexuais.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza