INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: As demandas climáticas no Brasil associadas à extensão territorial, vegetação, condições climáticas, condições de habitação e saneamento básico dos brasileiros contribuem para incidências de epidemias de arboviroses relacionadas ao mosquito Aedes aegypti1. A persistência de arboviroses como a Dengue e a iminência dos surtos de doenças emergentes como Chikungunya e Zika revelam as fragilidades sociais e políticas do país e evidenciam a necessidade de estratégias efetivas e eficazes de enfrentamento vetorial2,3. Analisar epidemiologicamente a morbidade hospitalar de pacientes acometidos com dengue de 2020 a 2024 no estado do Pará. CASUÍSTICA/METODOLOGIA: Estudo transversal, quantitativo baseado nos dados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN) tabulado pelo DATASUS, entre janeiro de 2020 a maio de 2024 no Pará. Foram extraídos dados, sem distinção de idade, com diagnóstico de dengue (CID10-032.1). As variáveis foram: número de notificações, exame sorológico IgM, escolaridade, raça e faixa etária. RESULTADO: Do total de casos obtidos, observou-se um crescimento importante no número de notificações prováveis de dengue no Pará, no período de 2023 a 2024, com 191,4% de crescimento absoluto. Neste mesmo período, houve um aumento de 72,7% de resultados positivos no exame sorológico de IgM. No que diz respeito a raça, a que obteve maior aumento do número de casos foi a preta, com respectivo 213,7% em 2024, seguida da cor parda com respectivo 190% de aumento no mesmo ano. Desde o início do estudo, a cor parda obteve o maior crescimento de 2.515 para 13.157 notificações, um valor relativo há 423,1% de casos prováveis de dengue no Pará. Na escolaridade, aqueles com ensino médio completo obtiveram os maiores valores de casos prováveis com 6.767 notificações, sendo o crescimento de 352,9% de maio de 2020 a maio de 2024. E aqueles com faixa etária entre 20-39 anos apresentaram maior valor absoluto no período estudado, com 14.713 casos e um crescimento de 320% de 2020 a 2024. DISCUSSÃO: O crescimento do número de casos de dengue no Estado do Pará teve um aumento importante. Especula-se que esse números são explicados pelo arrefecimento das medidas protetivas contra o agente etiológico, pelo cocirculação dos 4 sorotipos da dengue e pelas mudanças climáticas que acontecem no mundo inteiro; esses somados sugerem uma explicação aos maiores números. A maior prevalência em adultos jovens de 20-39 anos pode ser explicada pela menor adesão às medidas protetoras. CONCLUSÃO: Houve, no período analisado, uma tendência de aumento dos casos de dengue, com crescimento de 191,4%. As disparidades sobre raça, escolaridade e faixa etária, apontam predominância de casos em pacientes da raça parda, entre 20 a 39 anos e grau médio escolar. Assim, destaca-se a importância de medidas preventivas e políticas de saúde direcionadas a esses grupos específicos.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza