No estado do Pará não há estudo sobre a análise de dados de autorização de internação hospitalar (AIH) por traqueostomia. Assim, o intuito deste estudo é descrever o perfil dos dados de AIH por traqueostomias realizadas nos anos de 2013 a 2022 no Pará.
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e transversal, a partir de dados de produção hospitalar do sistema SIH/SUS processados pelo DATASUS a partir do uso de dados consolidados de AIH reduzidas (RD), por local de internação no Pará entre os anos de 2013 a 2022 por procedimento de traqueostomia. Sendo também analisados dados segundo: o ano atendimento, o município da internação, regime de atendimento, o caráter de atendimento, o óbito e o valor total de internações por cada ano de estudo.
Foram registradas 5.811 AIH para o procedimento traqueostomia no Pará, sendo a capital Belém com 33,90% (1970/5811) e os municípios de Marituba com 22,18% (1289/5811) e Altamira com 11,96% (695/5811) com os maiores valores. Entre os regimes de AIH, 26,5% são de regime público (1543/5811); 1,32% de regime privado (77/5811) e 72,12% continham registros ignorados (4191/5811). Quanto ao caráter de atendimento, 94,88% foram de urgência (5514/5.811); 5,04% foram eletivas (293/5.811) e 0,06% de outras causas externas (4/5.811). Dentre as traqueostomias de caráter de urgência, a taxa média dos registros por ano na população foi de 5,91 casos a cada ano a cada 100.000 habitantes; já aos óbitos foram listados 27,60% dos casos (1604/5811), desse total 29,30% (470/1.604), ocorreu em instituições de saúde pública, 0,87% (14/1604) nas de regime privado e 69,82% (1120/1604) tinham tal categoria de análise ignorada. A média da taxa de mortalidade registrada dentro desse período foi 1,56 óbitos a cada 100.000 habitantes. O custo médio por procedimento foi de R$ 2.295.803,15.
A frequência de traqueostomias feitas foi alta, sendo Belém o município com o maior número, talvez justificado por ser a capital do estado, por ter a maior concentração de hospitais com aparelhos essenciais e profissionais treinados para a execução do procedimento. Foi percebido que 94,88% das traqueostomias foram de caráter emergencial, e a soma de 72,12% que tem o regime como ignorado aos 69,82% de óbitos ignorados quanto ao tipo de serviço ao qual o evento ocorreu danifica a construção de estratégias de alocação de recursos para setores públicos ou privados, como aparelhos e preparo de médicos para a execução do procedimento. A concentração de serviços hospitalares na capital dificulta o acesso e a equidade aos cuidados de emergência no estado, sendo que os grandes custos médios anuais desses procedimentos merecem atenção especial.
A qualidade dos dados é deficiente e aponta a urgência para o desenvolvimento de programa de capacitação de pessoal para o correto preenchimento das AIH, visando qualificar a informação para a tomada de decisão mais oportuna em expansão de nossos hospitais e financiamento de procedimentos feitos no Estado.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza