Impacto da pandemia de Covid-19 na sobrevida de pacientes diagnosticados com neoplasia maligna de próstata no estado do Pará

Impacto da pandemia de Covid-19 na sobrevida de pacientes diagnosticados com neoplasia maligna de próstata no estado do Pará

• Autor
• Emerson André Negrão do Nascimento
• Co-autores
• Iris da Silva Barros , Lucas Guimarães Dias , Annita Bélit Queiros Nunes da Silva , Edie Helion de Souza Silva , Gabriel Jersemi Rodrigues Costa , Waltair Maria Martins Pereira
• Resumo

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  Durante a pandemia de Covid-19, a rede de assistência à saúde concentrou esforços para atender os casos da doença emergente que se apresentava exponencialmente, levando a redução de serviços rotineiros de saúde. Objetivou-se avaliar o impacto da pandemia da Covid-19 na sobrevida de pacientes diagnosticados com neoplasia maligna de próstata (NMP), no Pará. Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal, com dados dos Sistemas de Informação do Câncer e de Informação de Mortalidade, disponibilizados pelo DATASUS, registrados entre 2018-2024, no estado do Pará. Extraiu-se dados de homens, sem distinção de idade, com diagnóstico de NMP (CID10-C61). As variáveis incluídas foram o número de diagnósticos, número de óbitos. Com dados cedidos pela Secretaria de Vigilância em Saúde, extraiu-se o número de casos confirmados de Covid-19. Os dados foram divididos em quatro períodos: P1 (jan/2018-fev/2020, pré-pandêmico), P2 (mar/2020-jan/2021, pandêmico sem vacina específica disponível), P3 (fev/2021-abr/2023, pandêmico com vacina específica disponível) e P4 (mai/2023-abr/2024 pós-pandêmico). Realizaram-se as análises estatísticas, com nível de significância em 5%. Do total de 2945 casos de NMP diagnosticados, incluíram-se em P1: 912 casos, com média mensal de 35 (±6,8); em P2: 291, com média de 26,5 (±10,2); em P3: 1293, com média de 47,9 (±14); e em P4: 449, com média de 37,4 (±16,7). Registraram-se 2475 óbitos por NMP, apresentando em P1: 801 óbitos, com média mensal de 38,8 (±4,6); em P2: 374, com média de 34 (±10,3); em P3: 865, com média de 32 (±5,6); e em P4: 435, com média de 36,25 (±5,3). A análise estatística não apontou correlações significativas entre o número de casos confirmados de Covid-19 e o número de diagnósticos e de óbitos por NMP. A não correlação estatística com o número de casos de Covid-19 não descartam a influência de outros fatores no período estudado. A redução do diagnóstico de NMP, no período pandêmico sem vacina, pode ser resultado das medidas de controle da infecção por Covid-19, onde houve a priorização dos atendimentos dos casos de Covid-19 em relação as consultas de rotina, reduzindo as ações de rastreamento. No período com vacina específica, observou-se um aumento dos diagnósticos, seguido pela estabilização no período pós-pandêmico. Em contrapartida, os óbitos por NMP não apresentaram variações expressivas, indicando que, embora a pandemia tenha repercutido no diagnóstico precoce de NMP, possivelmente, houve uma compensação parcial dos serviços de saúde a partir do período pandêmico com vacina específica, ademais, a subnotificação de óbitos por NMP, no período pandêmico, não pode ser descartada. Assim, atrasos no diagnóstico e no tratamento podem impactar diretamente na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes, sendo necessárias medidas de recuperação dos serviços de rastreamento de doenças que foram prejudicados na pandemia, assegurando a continuidade dos cuidados essenciais, mesmo em crises sanitárias globais.

• Palavras-chave
• COVID-19, Neoplasia de Próstata, Pandemia, Sobrevida
• Área Temática
• Epidemias Globais