Análise da repercussão da pandemia de covid-19 no perfil dos pacientes com neoplasias malignas tratados no estado do Pará

Análise da repercussão da pandemia de covid-19 no perfil dos pacientes com neoplasias malignas tratados no estado do Pará

• Autor
• Emerson André Negrão do Nascimento
• Co-autores
• Iris da Silva Barros , Lucas Guimarães Dias , Bruna de Jesus Santos , Ludmila Oliveira dos Reis , Annita Bélit Queiros Nunes da Silva , ?Edie Helion de Souza Silva , Gabriel Jersemi Rodrigues Costa , Waltair Maria Martins Pereira
• Resumo

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  Durante a pandemia de Covid-19, os serviços saúde concentraram esforços nas emergências da doença emergente, consequentemente, os serviços oncológicos foram enfraquecidos, causando atrasos na detecção precoce e no acompanhamento de pacientes oncológicos. Objetivou-se avaliar o impacto da pandemia da Covid-19 no acompanhamento e no tratamento de pacientes com câncer, no Pará. Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal, baseado nos dados do Sistema de Informações Hospitalares disponibilizados pelo DATASUS, registrados entre 2018 e 2023, no estado do Pará. Foram extraídos dados de indivíduos, sem distinção de sexo e idade, com diagnóstico de neoplasia maligna (CID10 – C00-C97). As variáveis incluídas foram: número de casos registrados, número de óbitos e taxa de letalidade. O número de casos confirmados de Covid-19 foi disponibilizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde. Os dados foram divididos em três períodos, assim especificados: P1 (jan/2018-fev/2020, período antes da pandemia), P2 (mar/2020-jan/2021, período da pandemia sem vacina específica disponível), P3 (fev/2021-abr/2023, período da pandemia com vacina específica disponível). Realizaram-se as análises estatísticas, estabelecendo o nível de significância estatística em 5%. Do total de 44.781 casos de câncer registrados, foram incluídos em P1: 16.910 (37,76%) casos, com média mensal de 650,39; em P2: 6.666 (14,88%), com média de 606; e, em P3: 21.205 (47,36%), com média mensal de 785,37. Foram registrados 6.542 óbitos no corte temporal analisado, sendo em P1: 2.411 (36,85%) óbitos, com média mensal de 92,73 e L=14,25%; em P2: 1.062 (16,23%), com média de 96,54 e L=15,93%; e, em P3: 3.069 (46,92%), com média mensal de 113,66 e L=14,5%. Em P1, houve um mínimo de 72 óbitos no mês de julho/2019 e máximo de 125 em dezembro/2019. Em P2, o mínimo de óbitos foi de 72 em abril/2020 e máximo de 118 em agosto/2020. Em P3: observou-se um mínimo de 79 no mês de abril/2021 e um máximo de 150 em fevereiro/2023. Por fim, a análise estatística apontou que, os casos de Covid-19, apresentam uma correlação significativa com o aumento de óbitos por câncer (rs=0,291;p=0,019). Observou-se que houve uma redução considerável na média de diagnósticos confirmados no período pandêmico, em comparação com período anterior a pandemia, seguido de um crescimento nos índices após início da vacinação específica. A letalidade apontou aumento de 1,68% no período pandêmico, porém, há constatação de redução da letalidade no período com vacinação. Também foi demonstrado que, após a pandemia, ocorreu recuperação das ações de rastreamento, diagnóstico e tratamento, impactando possivelmente na redução da mortalidade e da letalidade por câncer. Assim, a pandemia de Covid-19 causou prejuízos importantes nos serviços de saúde oncológicos, sendo crucial recuperar e fortalecer os serviços rastreamento, diagnóstico e tratamento para garantir o atendimento contínuo aos pacientes oncológicos, mesmo em emergências sanitárias.

• Palavras-chave
• Covid-19, Doenças Neoplásicas, Pandemia
• Área Temática
• Epidemias Globais