O trabalho apresentado refere-se a um projeto de extensão do Instituto Federal do Amazonas campus Itacoatiara, tendo como objetivo geral evidenciar a importância do protagonismo negro através do conhecimento e valorização da História e Cultura Afro-brasileira aos discentes da Escola Municipal Casseano Secundo, localizada na comunidade quilombola Sagrado Coração de Jesus do Lago de Serpa. O projeto estabeleceu um diálogo com a obra de Silva (2001) que visa desconstruir a discriminação do negro no livro didático, também com a pesquisa de Klein (2010) sobre a literatura infantil e a produção de sentidos. Além disso, foi fortalecido nesse espaço os debates sobre as leis nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003 e 11.645, de 10 março de 2008. No decorrer das atividades, a metodologia foi pautada em oficinas de desenho e pintura, exibição de curta metragens e mostra cultural. Entre as atividades desenvolvidas, as crianças produziram desenhos sobre a obra de Machado (1986), um clássico da literatura infantil a respeito do Protagonismo de meninas negras, contando a história de uma linda menina negra e de um coelhinho que se apaixona pela sua cor pretinha. Os resultados foram alcançados, uma vez que deram visibilidade as características identitárias da escola evidenciando a relevância do Protagonismo Negro, bem como fortalecendo o debate sobre a cultura e ancestralidade dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia. A partir da literatura, e diversas atividades de pintura, desenho, este projeto de extensão foi significativo para a educação de um modo geral no município de Itacoatiara e, principalmente para a comunidade quilombola, pois fortaleceu as lutas e as resistências no contexto da Amazônia no intuito de manter viva a cultura e ancestralidade. Ainda, a realização do projeto fortaleceu entre os docentes da Escola os debates sobre a inclusão da História e cultura afro-brasileira e indígena em todo o âmbito escolar, o que implica um fazer pedagógico que seja significativo para o público em que esta educação está sendo ofertada na Amazônia, suscitando em mudanças no modo de apresentar a cultura do outro, vencendo a ideia monocultural preconcebida ao longo do tempo e valorizando a diversidade, bem como fazendo com que essas crianças que frequentam a escola na comunidade em questão possam sentir a beleza de sua cor.
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SEINPE
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