Introdução: De acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, o Brasil enfrenta um aumento de casos de ansiedade nos últimos 20 anos, o que piorou no pós-pandemia (COFEN, 2022). E comportamentos pouco saudáveis, como a falta de atividade física (SILVA et al., 2018) podem agravar este cenário. A saúde-mental tem uma extensa relação com a atividade física, pois está se configura como uma estratégia eficaz e acessível para combater transtornos de ansiedade (HERRING et al., 2010). Os benefícios da atividade física e um estilo de vida mais ativo durante a infância, tem importantes implicações educacionais e de saúde pública (REDIG et al., 2022). A promoção da atividade física e diminuição do comportamento sedentário pode proteger a saúde mental de crianças e adolescentes (RODRIGUEZ-AYLLON et al., 2019) o que impacta positivamente no desempenho acadêmico (DONNELLY et al., 2016). Objetivo: Analisar o nível de atividade física e saúde mental de alunos da EETI 1º de Maio no pós-pandemia. Metodologia: A pesquisa tem uma abordagem transversal (THOMAS et al., 2012) visando analisar a saúde física e psicológica da comunidade escolar. Para medir o nível de ansiedade dos escolares utilizado-se a escala Multidimensional Anxiety Scale for Children (MASC) (VIANNA, 2008); e o nível de atividade física foi utilizado o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) (MATSUDO et al., 2001). Após a autorização dos responsáveis, mediante assinatura do TCLE, foi iniciada a coleta dos dados. As análises foram feitas pelo software GhaphPad Prisma, 8.01. Utilizamos resultados em percentual e testamos as associações por meio teste Qui-quadrado (x2) e adotamos um valor de p< 0,05. Resultados: Participaram da pesquisa um total de 194 estudantes, sendo 100 alunos do sexo masculino e 94 do sexo feminino, entre a faixa etária de 12 a 15 anos. Identificamos associações significantes para a variavel ansiedade e sexo (Teste Qui-quadrado), onde as mulheres apresentaram 67% de alta ansiedade vs 34% de baixa ansiedade. Já os homens apresentaram 65% de baixa ansiedade vs 32% de alta ansiedade. Não encontramos associações nas variáveis atividade física e sexo (Figura 1). Discussão: Verificamos que os adolescentes do sexo feminino apresentaram maiores níveis de ansiedade do que o sexo masculino, o que já é descrito na literatura (LAI et al., 2015; MCLEAN et al., 2011). E que crianças e adolescentes em idade escolar apresentam algum percentual de ansiedade, o que é corroborado por (FERNANDES et al., 2014). Apesar de não encontrarmos associações com a atividade física, indivíduos que não tem uma boa aptidão física tem um risco de 23% a 47% maior de desenvolver transtornos de ansiedade. Assim, a atividade física está associada a uma incidência menor de transtorno mental comum (KANDOLA et al., 2019), mas por outro lado, tanto a ansiedade quanto a depressão são associadas à inatividade física em ambos os sexos (BONNET et al., 2005) Conclusão: Portanto, concluímos que existe uma associação dos sintomas ansiosos com o público feminino e que a atividade física pode ser uma estratégia de enfrentamento dos distúrbios de saúde mental no público infanto-juvenil.
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