A quase inexistência de pesquisas a respeito de como trabalhar a pessoa idosa em sala de aula, trouxe a possibilidade de um projeto voltado para o tema. Pra Debert (2004) o envelhecer em nossa sociedade possui múltiplos significados, abarcando tanto representações negativas, em que a velhice é entendida como um problema, quanto visões que valorizam essa etapa da vida, em que as pessoas buscam ter um envelhecimento bem-sucedido. Contudo, a velhice ainda é tratada como um problema social. É importante destacar que apesar do envelhecimento populacional ter significado uma das principais conquistas do século XXI, ele também é um fenômeno que trouxe consigo grandes desafios para as políticas públicas e para as estruturas organizativas e sociais. No Estatuto Do Idoso, art. 22 – Lei 10741/03, nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimento sobre a matéria. A lei é uma forma de impulsionar a percepção sobre a importância da temática, de modo que possa ser assimilada pelo discente como algo recorrente ao seu cotidiano, proporcionando uma reflexão sobre a valorização do idoso. Com o surgimento da Geronto Educação, elementos mais explícitos da ação educativa passaram a integrar as atividades dirigidas aos idosos, fazendo surgir, por exemplo, o movimento das universidades e das escolas abertas a pessoa idosa (DOLL; RAMOS; BUAES, 2015). O trabalho tem como objetivo desconstruir o estereótipo da velhice como algo necessariamente vinculado à fragilidade, produzindo novas imagens e novos saberes em relação a pessoa idosa, para isso os discentes trabalharão a pessoa idosa em sala de aula de acordo com os seus conteúdos ministrados. Para que isso aconteça, no primeiro momento foi apresentado um questionário, onde eles respondiam se conheciam alguma tema dentro de sua disciplina que trabalharia a pessoa idosa, a partir do levantamento de dados foram sugeridos conteúdos que poderiam ser abordados na perspectiva de atender à legislação vigente e incorporados no cotidiano da escola, como em Filosofia trabalhar a temporalidade e historicidade; Ciências/Biologia, herança genética, doenças degenerativas; Língua Portuguesa, como trabalhar as memórias na elaboração de um livro, entre outras sugestões. Dessa forma também foi possível proporcionar algumas atividades lúdicas com os discentes, 2ª série do Ensino Médio e 9º ano, com o auxílio dos professores de Educação Física, vivenciando as sensações físicas de uma pessoa idosa por meio de um circuito construído que implicava desde subir uma pequena escada com peso na perna até escrever seu nome em uma lista com luvas de borracha grossa (VEIGA, 2015). Após a primeira etapa foi ouvida a opinião dos docentes, onde 90% afirmaram que nunca haviam pensado em trabalhar a pessoa idosa em sala de aula como objeto central do estudo, já os discentes afirmaram que foi uma experiência nova, onde puderam experimentar as dificuldades do cotidiano do idoso.
Palavras-chave: Pessoa Idosa; Geronto Educação; Professores.
Comissão Organizadora
SEINPE
Comissão Científica