Os anseios e as vicissitudes do professor em formação: uma análise das entrevistas nos relatórios de Estágio Supervisionado dos docentes do curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Amazonas

  • Autor
  • Aleme Emanuelle dos Anjos de Souza
  • Resumo
  • Através dos Relatórios Finais das disciplinas de Estágio Supervisionado II e IV do curso de Licenciatura em História da UFAM, disponíveis do departamento do curso, o trabalho tem o intuito de analisar as entrevistas feitas pelos estagiários com os professores da educação básica. Também leva em consideração o relato de observação de aula dos estagiários. Através da experiência deles, em alguns casos, foi perceptível desarmonias entre discurso e prática em sala de aula.

    Foram selecionadas 5 entrevistas realizadas em 2019. Um perfil variado de profissionais foi perceptível, desde aqueles que fazem uma aula de forma mais tradicional, às vezes bancária como a citada por Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido, e outros com práticas mais inovadoras. A análise parte da ideia de que uma aula de História deve ter como objetivo a realização de aprendizagens significativas para os alunos, entendidas aqui como aprendizagens de conteúdos, conceitos, métodos e tradições que lhes sirvam para entender de modo mais denso o mundo em que vivem (SEFFNER, 2010).

    Foi solicitado que os professores compartilhassem suas visões sobre Educação, História, Ensino de História e o papel do professor. As respostas foram de modo geral, positivas, pois a todo momento eles buscaram demonstrar a importância da prática educacional e da ciência histórica para a sociedade. Quando perguntados sobre problemas que encontram no cotidiano escolar, as respostas foram negativas. Alguns falam sobre a falta de materiais didáticos, de recursos e de políticas que garantam a permanência do aluno nas escolas, outros procuram culpar principalmente os alunos ao dizerem que eles não têm interesse em estudar. Também foram questionados sobre o uso de fonte históricas em sala de aula e todos se mostraram positivos ao uso delas.

    Ao analisar os relatos dos estagiários, foi perceptível que dois professores não desenvolviam atividades que envolvessem os alunos de forma genuína. Em um caso específico onde um desses professores reclamou de seus alunos, foi observado que na verdade eles tinham medo de questioná-lo, pois ele era muito severo em suas aulas. E apesar de todos serem a favor do uso de fontes em sala, nenhum deles chegou a utilizá-las no período observado. Não querendo culpabilizar os professores, pois todos os analisados já trabalhavam a mais de 10 anos no ensino básico, e deve-se levar em consideração todos os problemas do sistema educacional que os depreciam, porém em casos como o do professor severo houve a falta de uma autocrítica à própria prática, pois os alunos apenas sentiam medo e por isso não se envolviam em sua aula.

    Por fim, a História é uma disciplina que nos permite trabalhar a construção do pensamento crítico de nossos alunos. O ensino deve se construir diante de uma troca de perspectivas entre o professor e seus alunos. Às vezes isso não acontece e gera a desmotivação, algo que acaba sendo retrato de um governo onde a educação não é prioridade, e muito menos o professor. Tais problemáticas estão sempre presentes e escancaradas nos relatórios de Estágio Supervisionado.

  • Palavras-chave
  • Docência, Ensino de História, Estágio Supervisionado, Pandemia em Manaus.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • GT 1 – Educação, Estado e Sociedade na Amazônia
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