A carência de conteúdo da disciplina de história em Libras motivou a realização de um projeto de pesquisa para proporcionar aos alunos o conhecimento das lendas indígenas da Amazônia em língua de sinais. A literatura é uma informação abstratamente reconstruída e expressa na escrita de acordo com diferentes eras, religiões e estilos de leitura. A literatura regional valoriza paisagens e origens de características humanas e sociais. Os textos regionais narram os fatos ou situações de determinado lugar, formando uma identidade cultural por meio de acontecimentos narrados por pessoas e transferidos ao longo do tempo. A lenda contém informações geográficas sobre o local onde os eventos ocorrem, fatos paranormais são frequentemente contados por causa de suas origens nas florestas e na história da Amazônia. As lendas se caracterizam pela ligação com a natureza e pela sobrevivência dos povos que vivem na floresta onde os fatos se transformam em verdade e fé. O projeto tem como objetivo principal apresentar aos estudantes surdos as lendas indígenas amazônicas em Libras e o específico é interpretá-las em Libras. Foi realizado um levantamento bibliográfico para selecionar três lendas indígenas com tradução de Português para Libras. Depois de escolhidas as lendas foi criado um ambiente em sala de aula com projetor, notebook, iluminação por abajur, napa na cor verde e registro fotográfico por câmera de smartphone para apresentar aos alunos os vídeos das lendas e posteriormente foi feito a filmagem dos alunos interpretando na língua de sinais. De acordo com a Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, dispõe que o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena torna-se obrigatório nas escolas públicas e privadas de ensino fundamental e médio. É importante que os alunos entendam que as pessoas e sua cultura desempenham um papel na formação da identidade do Brasil e na criação de um rico impacto positivo na sociedade. A Libras é a habilidade de comunicação mais adequada entre surdos e professores em um ambiente escolar. A linguagem permite que uma pessoa planeje e regule suas atividades e faça pesquisas sobre a palavra e o mundo. Este modelo de autenticação combina interação social e suporte de linguagem interpessoal. Segundo Tanya (2007) quando uma pessoa aprende uma língua, apreende também os hábitos culturais e os contextos aos quais certas expressões estão vinculadas. O projeto foi pautado na democratização do acesso ao conhecimento da língua, essencial para que os alunos exerçam sua cidadania transmitidos em Libras para que adquiram conhecimentos sobre as tradições locais e possibilitem a interação desses fatos para disseminar a cultura indígena na comunidade surda. Para o estudante surdo o conhecimento dessas lendas se deu por meio da narração em Libras apresentando simultaneamente o significado de palavras desconhecida, por exemplo, o uirapuru. Os alunos se apropriando desse conhecimento por meio das lendas em Libras permitiu visualizar um mundo enriquecedor com nuances de ficção e sobrenatural no contexto da realidade regional. Ser surdo é falar com as mãos e com isso aprender a linguagem falada e auditiva é conviver com as pessoas.
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