A constituição do gênero humano (processo de formação das qualidades humanas) perpassa pela apropriação do conhecimento historicamente acumulado pelo coletivo dos homens e mulheres (SAVIANI, 1994). Para que a realização desse movimento complexo e dialético seja constituído de forma qualitativa em direção a inteligibilidade do mundo é preciso consideramos o conhecimento científico, as artes e a filosofia como norteadores na construção de conceitos, e a escola como a instituição responsável de organizar, transmitir, produzir e difundir os aparatos culturais para o alcance do máximo desenvolvimento humano (MELLO, 2007). A escola da infância é o melhor lugar, na nossa sociedade, para educação das crianças pequenas e bem pequenas, pois promove intencionalmente as condições adequadas de educação para garantir que os elementos culturais externos sejam apropriados por meio de atividades nas situações vividas coletivamente. Mello (idem) aponta como condição essencial para essa realização o respeito às suas formas típicas de atividade, ou seja, “[...] o tateio, a atividade com objetos, a comunicação entre as crianças, e entre elas e os adultos, o brincar” (p.85). Na Escola Municipal Figueiredo Pimentel, situada na Comunidade Lindo Amanhecer, Lago do Mulato, Rio Negro, Zona Rural Ribeirinha do Município de Manaus, procuramos realizar as atividades consoante com as ideias supracitadas e com base na Pedagogia Histórico-Crítica e na Psicologia Histórico-Cultural. Neste trabalho, nossa intenção é relatar os efeitos dessa concepção teórica por meio da prática pedagógica relacionada ao ensino de arte, especificamente, o campo de experiência “Traços, sons, cores e formas” em seus aspectos de expressão plástica, resultante do Projeto intitulado “Você é um Artista: pintura em vasos”. Destacamos ainda, a importância da arte como linguagem mediadora das expressões humanas e suporte de transmissão dos elementos culturais produzidos historicamente, potencializando o senso estético e a criatividade. O trabalho resultou, por parte das crianças, em reconfigurações subjetivas e ampliação de seus repertórios e vivências. O Campo de Experiência “Traços, cores e formas”, além de proporcionar a base de atividades que nos fornecem o contato com a produção humana, também as conduz ao desvelamento de sentimentos, podendo ainda ser usada como forma de experimentar aquilo de que a criança é capaz, mas não sabe que é. Isto é, torna-se uma técnica social e impulsionadora de seu devir. Com resultado qualitativo deste trabalho tencionamos a possibilidade de ampliação com outras turmas de nosa unidade educativa, e em forma de indução pedagógica, afetar todos os destinatários com as riquezas artísticas produzidas à extensão do tempo.
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