Nos últimos anos, o Estado de Roraima vem sendo marcado pela intensa migração dos venezuelanos. Com essa dinâmica migratória, muitas crianças venezuelanas estão matriculadas nas escolas públicas municipais. Diante do desafio para a convivência entre crianças venezuelanas e brasileiras, coube o objetivo de analisar como se desenvolve a interculturalidade em uma Escola Municipal de Boa Vista. A pesquisa é de abordagem qualitativa com um desenho fenomenológico narrativo. A partir da pesquisa de campo, com os instrumentos da observação participante e entrevistas semiestruturadas, chegou-se as seguintes categorias analíticas: “todos são brasileiros”; o idioma abre porta para inclusão; a sensibilidade do diálogo intercultural e sugestões de políticas públicas. Os resultados apontaram para uma mentalidade hegemônica da comunidade escolar, os quais ressaltam que as crianças venezuelanas matriculadas “são brasileiras”, impedindo assim as práticas de interculturalidade. O idioma foi destacado como porta de entrada para inclusão dos estudantes migrantes, embora se perceba que, muitas vezes, a língua surge como uma barreira que dificulta a mesma. Há tentativas de interculturalidade entre as crianças venezuelanas e brasileiras e de alguns professores, todavia, detectou-se claras necessidades de políticas públicas que contemplem a interculturalidade crítica no cotidiano escolar.
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