Ao compreender que os pensadores não desenvolveram seus pensamentos por acaso, considera-se que há uma interligação entre os aspectos epistemológicos da base da filosofia política com a estrutura do conhecimento científico que abre caminho para a construção do conhecimento escolar, e tem sua amplitude para a perspectiva crítica da ciência. Parte-se do princípio de que todo processo de educacional é alicerçado em relações humanas e estas são intrinsecamente ligadas ao modo de viver e às reflexões filosóficas, que por sua vez decorrem nas relações de poder que as propagam e/ou vivenciam. Tem-se como objetivo enfatizar a necessidade de nutrir discussões acadêmicas e científicas, inter e intrapessoais sobre a relação filosófica com os distintos processos educacionais, desde um olhar para a necessária formação docente em Filosofia até a influência exercida na ingenuidade da neutralidade educacional, ou na potencialidade da criticidade oriunda da formação filosófica. Esta é uma abordagem baseada em revisões bibliográficas sobre a temática apresentada e suas implicações nas análises das situações-problemas vivenciadas em sala de aula e nos demais meios em quais se desenvolvem os processos de ensino aprendizagem, envolvendo as distintas redes de relações da comunidade escolar. Pondera-se que a importância da Filosofia da Educação perpassa a compreensão docente quanto ao poder e as políticas públicas para a Amazônia, como uma base insubstituível em sua formação profissional porque a reflexão filosófica deve estar envolvida em seu exercício profissional. Desta perspectiva, entende-se que, se faltar ao educador os elementos filosóficos, sua prática pedagógica será incompleta e ineficaz, pois “não há pensar certo fora de uma prática testemunhal que o re-diz em lugar de desdizê-lo” (FREIRE, 1996, p. 34) e sem o pensar certo, a prática é esvaziada de intencionalidade pedagógica coerente, que pode ser substituída por posturas ilusórias de neutralidade na educação, ignorando ou se contrapondo às necessidades amazônicas de uma educação que jamais será neutra. Assim, as distintas contribuições das discussões filosóficas deveriam ser aprofundadas na graduação e retomadas nos cursos de formação continuada, se há uma busca para o alcance do sucesso no processo de ensino aprendizagem, por meio de um trabalho pedagógico pautado em cidadania, criticidade e autonomia. É, portanto, neste sentido que a formação filosófica se faz relevante à práxis do Pedagogo, como um constante repositório de visões que possibilita, além do conhecimento, a análise crítica, não apenas de textos escolares, mas, de normativas e dispositivos legais e científicos que propagam os direitos, mas, por si só não os concretizam, sem a leitura crítica que traz compreensão, interpretação e a devida utilização, agregada aos horizontes imaginativos das necessidades individuais e que as formas dominantes de positivismo lógico não atendem.
Comissão Organizadora
SEINPE
Comissão Científica