NEM EMANCIPAÇÃO E NEM EMPREGO: O RETROCESSO DO “NOVO” ENSINO MÉDIO

  • Autor
  • Júlia Gabriella Alexandre Mota
  • Co-autores
  • Beatriz Sachiko Yasuda Fernandes , Tyfani Corrêa Abreu , Gisele Cardoso Costa
  • Resumo
  • O presente trabalho, desenvolvido no contexto dos grupos JETAM/UFAM, GRUPED/UFAM e o Frente Contra o NEM de Manaus, trata-se de uma proposta de pesquisa e análise crítica sobre a reforma curricular do "Novo Ensino Médio", tendo-se como objetivo propor reflexões sobre o NEM e seus impactos no viés educacional, econômico e social. O Novo Ensino Médio é uma reforma na estrutura curricular do ensino médio, implementada pela Medida Provisória no 746/2016 imposta pelo ex-presidente Michel Temer e sancionada pela Lei 13.415/2017 (BRASIL, 2017), sem diálogo ou consulta com nenhum dos setores da sociedade. Por meio da reformulação de currículo, adicionam-se os itinerários formativos, os quais são um conjunto de projetos onde os estudantes “escolhem” se aprofundar (BRASIL, 2017). Apesar de propagar a autonomia do aluno, a lei deixa claro que esses itinerários estão a critério dos sistemas de ensino, e os mesmos remetem as opções formativas do período ditatorial (FEUERHARMEL, 2022). Dentro disso, tem-se a prioridade de impor uma formação que prioriza a preparação para o mercado de trabalho, em detrimento da formação humana e científica dos estudantes do ensino médio (MOURA; BENACHIO, 2021), além de desconsiderar a realidade das escolas públicas, legitimando desigualdade social e na concorrência para o acesso ao Ensino Superior Publico. A atual situação econômica do país que se encontra o avanço do desemprego e trabalho informal faz com que a classe dominadora promova a reorganização do ensino básico para atender os seus interesses de coagir os filhos dos trabalhadores a aceitarem condições de exploração e opressão trabalhista, assim, promovendo um ensino baseado em senso comum. Nesse sentido, apesar da reformulação empregar termos com sentido “inovador”, visa unicamente alinhá-los com os interesses do capital. A reforma é um ataque direto à carreira do docente, desde a ampliação do Ensino à Distância até a contratação de profissionais terceirizados (sem formação de professor) para dar aulas nos itinerários. Ademais, na falta dos profissionais, os próprios professores são colocados nessa posição, instruindo um conteúdo vazio que não se encaixa com sua área de formação, promovendo-se a desvalorização do professor e precarização do trabalho docente. Com isso, pode-se afirmar que a reforma do currículo serve diretamente ao jogo político de interesses que rege a sociedade do capital, contribuindo para a formação do homem produtivo e distanciando-se do conceito de uma educação significativa (SILVA; BOUTIN, 2017). Por isso, é necessário lutar contra essa medida por meio de estratégias e atos bem articulados, como as greves de ocupação e aulas públicas conscientizando a classe popular, sendo ela o principal alvo de ataques. Com isso, este trabalho de pesquisa se propõe metodologicamente, por meio de pesquisas bibliográficas e debates, a investigação e promoção de reflexões sobre a reformulação do currículo.  Os resultados obtidos se encaminham para a confirmação de que o NEM trará diversas dificuldades para as escolas, principalmente aquelas mantidas pelo Poder Público, cumprirem com sua função social (HERNANDES, 2019), de transmissão de saberes elaborados, científicos e significativos.

  • Palavras-chave
  • Novo Ensino Médio, reforma curricular, reforma do Ensino Médio.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • GT 1 – Educação, Estado e Sociedade na Amazônia
Voltar Download
  • GT 1 – Educação, Estado e Sociedade na Amazônia
  • GT 2 – Educação, Interculturalidade e Desenvolvimento Humano na Amazônia
  • GT 3 – Educação Inclusiva, Educação Especial e Direitos Humanos na Amazônia
  • GT 4 – Salão dos egressos

Comissão Organizadora

SEINPE

Comissão Científica